Balé da Cidade é destaque da programação de junho do TMSP

Abrindo o mês de junho o Theatro Municipal de São Paulo apresenta duas coreografias marcantes na trajetória do Balé da Cidade de São Paulo. Inacabada, do britânico Ihsan Rustem, e O Balcão de Amor, do israelense Itzik Galili, com trilha do cubano Perez Prado. O Balcão de Amor teve a sua estreia internacional com o Balé da Cidade de São Paulo. A coreografia teve como ponto inicial o dueto final, que foi criado para uma companhia em Stuttgart, na Alemanha. Com o título de Inacabada, a outra obra é resultado da reunião de manuscritos dos dois primeiros andamentos da sinfonia composta por Franz Schubert quando tinha apenas 25 anos, e a partitura, de forma intensa, se torna movimentos dos bailarinos.

Tendo estreado no dia 02/06 (última sexta-feira), as apresentações vão até 10 (próximo sábado) e terão a Orquestra Sinfônica Municipal, regida por Alessandro Sangiorgi, interpretando as músicas ao vivo. A duração total aproximada é de 70 minutos (com intervalo) e os ingressos vão de R$ 12 a R$ 84 (inteira).

A Orquestra Sinfônica Municipal também brilha com o concerto Gigantes Continentais, nos dias 16 e 17 de junho (sexta, às 20h, e sábado, às 17h). Sob a regência de Roberto Minczuk, o programa traz Iron Foundry, Op. 19 (5′), do Ucraniano Alexander Mosolov, Concerto para Piano em Sol Maior, de Ravel, e a Sinfonia nº 1 em Ré menor, Op. 13 (40′), de Rachmaninoff, grande destaque da noite. A duração do espetáculo é de 105 minutos, e a classificação, livre para todos os públicos. Os ingressos vão de R$ 12 a R$ 64.

O Coral Paulistano, outro corpo fixo da casa, segue levando a música para fora das paredes do Theatro. No início do mês, o Coral já fez um concerto em Tatuí, sob a regência de Maíra Ferreira e de Isabela Siscari na última sexta-feira, 02/06.

Já dentro do projeto Municipal Circula, o Coral Paulistano voltará a se apresentar no CEU Butantã no sábado, dia 17 de junho, às 11h da manhã, também sob a regência de Maíra Ferreira e Isabela Siscari, possibilitando à população que possa assistir espetáculos nas proximidades de seu bairro. No programa, obras de Franz Schubert, Juliana Ripke, Lilli Boulanger, Rachmaninoff e Guastavino, tendo Renato Figueiredo e Rosana Civile ao piano, e, como solistas, a soprano Larissa Lacerda, a contralto Ivy Szot e os tenores Pedro Vaccari e Thiago Montenegro.

Em homenagem ao dia do refugiado, na terça-feira, 13 de junho, a Sala de Espetáculos recebe o Migrafest, com apresentações de Zeca Baleiro, Chico César, da cantora palestina Oula Al-Saghir, da filósofa e cantora iraniana Mah Mooni, ambas integrantes da Orquestra Mundana Refugi, do cantor e compositor da República do Congo Leonardo Matumona. Iniciativa do Instituto de Reintegração do Refugiado (ADUS), o espetáculo acontece às 19h, dura 180 minutos, é livre e os ingressos custam de R$ 12 a R$ 84.

A poesia do espanhol Federico García Lorca ocupa o Salão Nobre do Theatro no dia 14/06, quarta-feira, às 20h, nas vozes de Adriana Magalhães e Ivy Szot, acompanhados do violão de Atilio Rocha. A direção é de Adriana Veraldi e, no programa, Astúrias, de Isaac Albéniz, e a obra 13 Canciones Españolas Antiguas, recolhidas e musicadas pelo poeta, em versão para violão e vozes, serão intercaladas com poemas do autor. O concerto dura 60 minutos, é livre para todos os públicos e os ingressos custam de R$ 16 a R$ 32.

Quarteto da Cidade de São Paulo (composto por Betina Stegmann e Nelson Rios no violino, Marcelo Jaffé na viola, e Rafael Cesario no violoncelo) segue na apresentação do ciclo integral de Beethoven, agora com O Brinquedo e A Beleza, Quarteto Op. 18, nº 1 (27’), Quarteto Op. 132 (50’). O concerto acontece no dia 15 de junho, quinta-feira, às 20h, na Sala do Conservatório, na Praça das Artes. Livre para todos os públicos, a duração é de 80 minutos e os ingressos custam R$ 32.

Mais focado no repertório nacional, o Quarteto da Cidade de São Paulo retorna no final do mês, no dia 29 de junho, quinta-feira, às 20h, para celebrar a Música Urbana Brasileira em Transformação. Acompanhados de Alessandro Penezzi, no violão, e Fábio Peron, no bandolim, eles apresentam obras de Esmeraldino Sales, Zequinha de Abreu, Laércio de Freitas, Garoto, Arismar do Espírito Santo e dos próprios convidados.

Convite aos amantes de vários gêneros

O Complexo Theatro Municipal segue com o compromisso de abarcar os mais diversos públicos e manifestações culturais. No dia 11 de junho, domingo, às 17h, quem toma conta da Sala de Espetáculos é a Clarin Cia de Dança, que apresenta pela primeira vez no palco do Theatro uma adaptação da obra ou 9 ou 80, nome inspirado nas 9 mortes acontecidas em Paraisópolis, em São paulo, e nos 80 tiros no carro de uma família em Guadalupe, no Rio de Janeiro. O espetáculo mistura os estilos do passinho e do funk, e aborda as dificuldades na vida de jovens periféricos que enfrentam racismo, homofobia, gordofobia e desigualdade social. Uma celebração à vida através da dança urbana.

Esta edição conta com a participação especial de House Of Zion, Bianca Manicongo – Bixarte, Imperadores da Dança, Fezinho Patatyy, Tropa do Passinho, Os RLK de Sampa e Os Malokas de SP. Com trilha ao vivo, o espetáculo contará com 10 músicos que acompanharão o time de dançarinos das periferias do Rio de Janeiro e de São Paulo. A direção geral é de Kelson Barros, com consultoria artística de Iguinho Imperador e Severo Imperador. A duração é de 90 minutos, a classificação, livre, e os ingressos custam R$10.

No dia 17 de junho, sábado, ao meio-dia, acontece a lavagem da escadaria externa e hall do Theatro Municipal de São Paulo. Celebração ecumênica conhecida em várias tradições sincréticas, o ritual celebra com banho de água de cheiro e flores brancas (elementos da natureza não abrasivos) o espaço, ao toque de atabaques, cânticos ijexá, capoeira e palmas, culminando com uma e apresentação artística.

No dia 23 de junho, sexta, às 19h, o samba volta a tomar conta da Praça das Artes com o projeto Samba de Sexta, que recebe desta vez o Samba do Collette. Com entrada pelo Boulevard São João, a roda de samba que reúne os principais grupos da cidade de São Paulo, conta com a colaboração de Daniele Abelin e tem entrada gratuita.

Finalmente, dia 24 de junho, sábado, às 17h, a rapper, cantora e compositora Drik Barbosa abrilhanta o projeto Rima Falada, que traz importantes nomes do Hip-Hop nacional à casa, propondo bate-papos seguidos de pocket shows no espaço do Salão Nobre, com entrada gratuita. O projeto acontece trimestralmente e a mediação ficará a cargo de Mana Bella.

Arte e Educação

Nos dias 18 e 25 de junho, das 14h às 17h, a artista da dança Laila Padovan apresenta o projeto Pele: Entre o Corpo, a Rua e o Theatro, no qual convida os participantes a se engajarem em ações performativas pelos instigantes espaços internos do Theatro Municipal e pelas ruas de seu entorno, a fim de investigar as relações entre o corpo e as paisagens cotidianas, e o dentro e o fora, evocando a ideia de uma pele entre o Theatro e a rua, que os separa e une ao mesmo tempo; um ponto de contato de onde podem surgir criações que transmutem suas paisagens e aproximem suas realidades aparentemente opostas. Para isso, o projeto promoverá duas residências artísticas, com a formação de dois grupos, abertos a interessados em geral (artistas e não-artistas), que criarão coletivamente intervenções artísticas a serem compartilhadas com o público. O projeto conta ainda com a participação de Adriane de Luca, Maju Kaiser e Victor Isidro.

Já na área de oficinas musicais, o bem-sucedido projeto Anarquestra Liberta Som, que traz instrumentos produzidos com materiais alternativos, ganha quatro novas datas: 03, 10, 17 e 24 de junho. Por meio de oficinas, apresentações, caminhadas e brincadeiras, Marcos Freitas, Louise Otero e os músicos colaboradores Barulho Max, Pedro Biroliro e Walter Louzan conduzem o público por surpreendentes experiências musicais e sonoras.

Todas as ações do projeto Anarquestra tem participação gratuita. O projeto é composto por um parque sonoro com painéis, carrilhões, objetos, instrumentos e esculturas sonoras, nos quais os participantes podem experimentar sons, brincar e criar música livremente, e oficinas, ambos abertos para todos os públicos e com entrada gratuita. A oficina da Anarquestra é uma surpresa sonora participativa, seguida de um bate-papo e acontece no dia 03/06, das 14:30h às 16:30h, na Escadaria Externa do Theatro Municipal. A classificação é livre para todos os públicos, e a entrada, livre e gratuita.

Ainda na seara das oficinas, Theatralhas Quânticas ocupa a Praça das Artes nos dias 15 de junho, das 14:30h às 17:30h; 23/06, das 14h às 17h; e 24/06, das 14h às 17h. Projeto contemplado pelo Edital de Residência Artística e Mediação Cultural do Complexo Theatro Municipal, coordenado pelo Núcleo de Educação e com o Coletivo Sucata Quântica, iniciativa coletiva que reúne a urgência ambiental de trabalhar com os mais diversos tipos de resíduos de maneira criativa e transformá-los em peças únicas e divertidas, ressignificando o que seria descartado, eles oferecem ao público oficinas de construção de luminárias, brinquedos (dias 23 e 24/06, sexta e sábado, das 14h às 17h) e uma maquete (dia 22/07, sábado, das 14:30h às 17:30h), utilizando, além dos materiais coletados, circuitos eletrônicos como recursos para iluminação e movimento dos objetos criados. Todas as oficinas que integram este projeto acontecem no Vão da Praça das Artes, têm participação gratuita, e a participação é mediante inscrição no site do Theatro.

Foto: Rafael Salvador.