Theatro Municipal de SP divulga a sua programação de 2025

Entre os destaques do próximo ano estão as óperas “Don Giovanni”, “Porgy and Bess”, “Macbeth”, uma dobradinha de Puccini e Strauss, “Les Indes Galantes”, além da remontagem de “Il Guarany”. A temporada também celebra o 90º aniversário do Quarteto de Cordas da Cidade com uma série de concertos escritos exclusivamente para o grupo.

A temporada de 2025 do Theatro Municipal de São Paulo é um convite, através da arte e do fazer artístico, para o público se debruçar sobre questões contemporâneas, como guerra, luta, independência e libertação, as batalhas por direitos dos marginalizados e a convivência em um contexto de tantos extremismos. A partir das reflexões do filósofo, poeta e ensaísta Édouard Glissant, incluídas no tratado O Grito do Mundo, o Theatro Municipal de São Paulo abraça uma linha de pensamento que abre janelas esperançosas para a tolerância, por meio da busca pela capacidade da imaginação e da arte para intermediar as diferenças entre as culturas.

Entre outros temas de destaque que foram motivadores para a temporada, imaginada conjuntamente pelos diretores dos Corpos Artísticos e pelo Comitê Curatorial formado por Gabriella Di Laccio e Elodie Bouny, estão o retorno após 20 anos de Brasil na França e da França no Brasil (ação cultural criada por meio de um acordo firmado entre os dois países em 2005), o 80º aniversário do término da Segunda Guerra Mundial (que propõe uma jornada coletiva pelos caminhos da memória), além de uma elaboração sobre o contexto de mudança de paradigmas no uso das tecnologias e meios de comunicação.

Conheça abaixo os detalhes da temporada, e leia aqui a análise de Leonardo Marques sobre a programação de óperas.


Temporada de óperas aposta na diversidade entre os clássicos

A começar pelas óperas, a temporada será aberta com a remontagem de Il Guarany (O Guarani), de Carlos Gomes, com libreto de Antonio Scalvini e Carlo D’Ormeville, nos dias 15, 16, 18, 19, 21, 24 e 25 de fevereiro. A obra foi apresentada originalmente na temporada 2023, com concepção de Ailton Krenak, direção musical de Roberto Minczuk, direção cênica de Cibele Forjaz, direção artística e cenografia de Denilson Baniwa, direção artística e figurinos de Simone Mina. O espetáculo tem participação da Orquestra Sinfônica Municipal, do Coro Lírico Municipal, sob regência de Érica Hindrikson, e da Orquestra e Coro Guarani do Jaraguá Kyre’y Kuery.

No elenco de solistas, nos dias 15, 18, 21 e 25 estão confirmados Laura Pisani, como Ceci, e Bongani Justice Kubheka, como Gonzalez. Já nos dias 16, 19 e 24 teremos Enrique Bravo, como Peri, Maria Carla Pino Cury, como Ceci e David Marcondes como Gonzales. Em todas as datas, Licio Bruno será o Cacique, e David Popygua será Peri (ator). Adaptada do romance de mesmo nome do escritor José de Alencar, O Guarani narra uma história de amor, em que a jovem Cecília, filha de um nobre português, se apaixona por Peri, um indígena guarani.

Don Giovanni (02 a 10 de maio)

Em seguida, será apresentada a ópera Don Giovanni, de Wolfgang Amadeus Mozart, com libreto de Lorenzo da Ponte, nos dias 02, 03, 04, 06, 07, 09 e 10 de maio, com direção musical de Roberto Minczuk e direção cênica de Hugo Possolo, ator, palhaço, dramaturgo, cenógrafo e um dos fundadores do grupo teatral Parlapatões. A obra terá participação da Orquestra Sinfônica Municipal e do Coro Lírico Municipal, sob regência de Érica Hindrikson. No elenco dos dias 02, 04, 07 e 10,​​ Camila Provenzale será Donna Anna, Luisa Francesconi será Donna Elvira e Michel de Souza será Leporello. Já nos dias 03, 06 e 09, Homero Velho será Don Giovanni, Saulo Javan será Leporello e Ludmilla Bauerfeldt será Donna Anna. A trama gira em torno de Don Giovanni, um nobre incorrigível e sedutor, que conquista donzelas com promessas enganosas de casamento. Embora consiga escapar de várias armadilhas ao longo do caminho, ele não consegue evitar a última, que se revela fatal.

Le Villi e Friedenstag (19 a 27 de julho)

Em formato de double bill (dobradinha), serão apresentadas as óperas Le Villi (As Willis), de Giacomo Puccini, com libreto de Ferdinando Fontana, e Friedenstag (Dia de Paz), de Richard Strauss, com libreto de Joseph Gregor, nos dias 19, 20, 22, 23, 25, 26 e 27 de julho. A direção musical é de Priscila Bomfim, com direção cênica de André Heller-Lopes, três vezes ganhador do Prêmio Carlos Gomes. A obra terá participação da Orquestra Sinfônica Municipal, além do Coro Lírico Municipal, sob regência de Érica Hindrikson.

Le Villi narra a trajetória de Anna, uma jovem com o coração partido, que se transforma em uma willi, um espírito vingativo. Consumida pela tristeza e movida pelo desejo de vingança, ela condena seu amado a dançar até a morte. Em seu elenco, a ópera terá nos dias 19, 22, 25 e 27, Rodrigo Esteves como Guglielmo, Gabriella Pace como Anna e Eric Herrero como Roberto, enquanto nos dias 20, 23 e 26, Johnny França será Guglielmo e Marcello Vannucci será Roberto.

Já a história de Friedenstag, envolve um comandante que está sob cerco pelo exército inimigo de Holstein. Ele é acompanhado por sua esposa, Maria, que promete ficar ao seu lado até o fim. Nos dias 19, 22, 25 e 27, Leonardo Neiva interpretará o Comandante, Eiko Senda será Maria, e Eric Herrero será um Piemontese. Já nos dias 20, 23 e 26, Rodrigo Esteves será o Comandante, enquanto Marcello Vannucci será um Piemontese.

Porgy and Bess (19 a 27 de setembro)

Nos dias 19, 20, 21, 23, 24, 26 e 27 de setembro, com direção musical de Roberto Minczuk e direção cênica de Grace Passô, o Theatro Municipal apresenta a ópera Porgy and Bess, do compositor norte-americano George Gershwin, com libreto de DuBose Heyward, apresentada por um elenco de artistas negros. Responsável pela direção, Grace é uma atriz, diretora, roteirista e dramaturga brasileira. Ela foi a primeira dramaturga negra a receber o Prêmio Shell no Brasil. Entre suas obras no teatro, dirigiu Contrações (Grupo 3 de Teatro, SP), Os Bem Intencionados (LUME Teatro, SP), Herança (celebração dos 50 anos de Maurício Tizumba nas artes), Por Elise e Congresso Internacional do Medo (grupo de teatro Espanca!).

A ópera conta a história de Porgy, uma pessoa com deficiência física que está em situação de rua, e sua tentativa de resgatar a sua amada Bess das mãos de Crown, seu amante violento e possessivo, e Sportin’ Life, o traficante. Nos dias 19, 21, 24 e 27, Luiz-Ottavio Faria interpretará Porgy, e Latonia Moore será Bess. Já nos dias 20, 23 e 26, Lorena Pires será Clara, e Juliana Taino, Serena. Em todas datas, Michel de Souza será Jake.

Macbeth (31 de outubro a 09 de novembro)

No mês seguinte, Macbeth, de Giuseppe Verdi, com libreto de Francesco Maria Piave, será apresentado nos dias 31 de outubro, 01, 04, 05, 07, 08 e 09 de novembro. A direção musical será de Roberto Minczuk, com direção cênica de Elisa Ohtake, vencedora do Prêmio APCA (Associação de Críticos de São Paulo) de melhor espetáculo de dança para Tira Meu Fôlego e que atuou durante 15 anos como professora de interpretação teatral, expressão corporal e performance na Escola Superior de Artes Célia Helena. A obra terá participação da Orquestra Sinfônica Municipal, além do Coro Lírico Municipal, sob regência de Érica Hindrikson. A trama se passa na Escócia, no século XI. Após vencerem uma batalha, os generais Macbeth e Banquo voltam para casa. No caminho, encontram três bruxas que lhes revelam uma profecia: Macbeth será nomeado barão e, em seguida, coroado rei. Lady Macbeth será interpretada por Marigona Qerkezi (31, 04, 08) e Olga Maslova (01, 05, 07, 09). Nos dias 31, 04, 07 e 09, Craig Colclough será Macbeth e Savio Sperandio será Banquo. Nos dias 01, 05 e 08, Licio Bruno será Macbeth.

Les Indes Galantes (26 de novembro a 04 de dezembro)

Por fim, encerrando a temporada lírica, a ópera-ballet Les Indes Galantes, de Jean-Philippe Rameau, com libreto de Louis Fuzelier, que chega ao palco principal da maior casa de ópera do país nos dias 26, 27, 29, 30 de novembro e 02, 03 e 04 de dezembro. Com direção cênica e coreografia de Bintou Dembélé, dançarina e coreógrafa reconhecida como uma das figuras pioneiras da dança hip hop na França. A produção estará vinculada ao Ano França-Brasil em parceria com o Instituto Francês. O espetáculo terá a participação do Coral Paulistano, sob regência de Maíra Ferreira, e bailarinos de hip hop da cidade de São Paulo. A ópera conta como Hebe, a deusa da juventude, chama os seus seguidores para se unirem em um festival. Jovens da França, Espanha, Itália e Polônia se apressam para celebrar com uma sequência de danças, no entanto o balé é interrompido pelo som de tambores e trombetas.


Orquestra Sinfônica Municipal e Coro Lírico Municipal em apresentação (foto: Rafael Salvador)

Orquestra Sinfônica Municipal pensa os tempos de guerra e de paz

A abertura da temporada será com o tradicional concerto Viva São Paulo, com a Orquestra Sinfônica Municipal, nos dias 24 e 25 de janeiro, celebrando o aniversário da capital paulista. Sob a regência de Roberto Minczuk, o programa inclui obras como O Abre Alas, de Chiquinha Gonzaga, Bachianas Brasileiras nº 2, de Villa-Lobos, Alvorada, de Carlos Gomes, dentre outras.

Em seguida, o concerto Leningrado será apresentado nos dias 28 e 29 de março, com a Orquestra Sinfônica Municipal e a Orquestra Experimental de Repertório, sob a regência de Wagner Polistchuk. O programa inclui Fairytale Poem, de Sofia Gubaidulina, e a monumental Leningrado, de Dmitri Shostakovich, sinfonia que foi símbolo da discussão a respeito do totalitarismo.

O concerto Clamor pela Paz será realizado nos dias 04 e 05 de abril com a Orquestra Sinfônica Municipal e o Coral Paulistano, sob a regência de Roberto Minczuk. O programa conta com obras de Beethoven, Lili Boulanger, Arnold Schönberg, John Williams, Shostakovich, Samuel Barber e outros. O concerto contará com a participação de Fernanda Krug no violino.

Já em abril, o concerto Harmonias Celestiais será realizado nos dias 11 e 12 de abril com a Orquestra Sinfônica Municipal, desta vez, sob a condução de Priscila Bomfim, regente colaboradora no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, sendo a primeira mulher e diretora musical a reger óperas em sua temporada oficial. O programa inclui Les eaux celestes, de Camille Pépin, o Concerto para Harpa, de Henriette Renié, com Jennifer Campbell como solista, e a Sinfonia nº 3 em Dó menor, Op. 78, de Camille Saint-Saëns.

Intitulado como War Requiem, a partir de Benjamin Britten, outro grande concerto de 2025 será apresentado nos dias 06 e 07 de junho. Sob a regência de Roberto Minczuk, a Orquestra Sinfônica Municipal, o Coro Lírico Municipal e o Coral Paulistano. Essa obra foi composta para celebrar a reconstrução da Catedral de Coventry, destruída em um bombardeio na Segunda Guerra Mundial.

Entre Eras: Price e Chopin será realizado nos dias 13 e 14 de junho. Com a Orquestra Sinfônica Municipal, sob a regência de Melanie Leonard, o programa inclui Starburst, de Jessie Montgomery, o Concerto para Piano nº 2, de Chopin, e a Sinfonia nº 1, de Florence Price. Nascida em Montreal, Melanie Leonard foi diretora musical da Orquestra Sinfônica de Sudbury (2016-2022) e atualmente é diretora musical da Symphony New Brunswick.

Exaltando o legado de um dos maiores compositores da história, o concerto Mahler: Ode à Natureza será apresentado nos dias 20 e 21 de junho. A Orquestra Sinfônica Municipal será regida por Roberto Minczuk. O concerto também terá o Coral Paulistano, sob regência de Maíra Ferreira. O programa apresenta a monumental Sinfonia nº 3, de Gustav Mahler.

Um dos grandes concertos do ano será Alexander Nevsky, apresentado nos dias 22 e 23 de agosto. A Orquestra Sinfônica Municipal e o Coro Lírico Municipal estarão sob a regência de Roberto Minczuk, com participação de Carla Camurati na direção de imagem. O programa apresentará o filme Alexander Nevsky com a música de Sergei Prokofiev ao vivo.

Em seguida, será apresentado um concerto Bizet e Seus Contemporâneos, realizado nos dias 03 e 04 de outubro. Esta apresentação conta com a Orquestra Sinfônica Municipal e a participação especial de solistas da Academia de Ópera de Paris. Por ocasião do 150º aniversário da morte de Georges Bizet e da criação da sua ópera Carmen, o público poderá redescobrir as grandes árias do compositor francês, excertos das suas óperas menos conhecidas e algumas grandes árias de Jules Massenet e Charles Gounod. Em parceria com o Instituto Francês e a Academia de Ópera de Paris, dentro da programação do Ano da França no Brasil.

A Orquestra Sinfônica Municipal, sob a regência da norte-americana JoAnn Falletta, eleita pela Gramophone como uma das 50 maiores regentes do mundo e vencedora de dois Grammys, apresenta o concerto Scheherazade nos dias 14 e 15 de novembro. Dentro do repertório estarão Shéhérazade, de Maurice Ravel, e Scheherazade, de Nikolai Rimsky-Korsakov, que dão título ao programa.

Por fim, a temporada sinfônica 2025 terá o concerto Missa Bernstein, nos dias 19, 20 e 21 de dezembro no Theatro Municipal de São Paulo. A Orquestra Sinfônica Municipal, o Coral Paulistano e o Coro Lírico Municipal estarão sob a regência de Roberto Minczuk. O programa apresentará a Missa, de Leonard Bernstein, uma obra encomenda da família Kennedy para ser apresentada na inauguração do John F. Kennedy Center, de Washington, em 1971.


Coral Paulistano faz a sua estreia no Caderno de Assinaturas

Abrindo a temporada de estreia do Coral Paulistano no Caderno de Assinaturas, o público poderá assistir ao concerto Whitacre: O Véu Sagrado, que será realizado nos dias 13 e 14 de fevereiro na Sala do Conservatório, na Praça das Artes. Sob a regência de Maíra Ferreira, será apresentado The Sacred Veil, de Eric Whitacre. 

Nos dias 16 e 17 de maio, na Sala de Espetáculo, o Coral Paulistano volta a se apresentar, junto com a Orquestra Sinfônica Municipal. Sob a regência de Maíra Ferreira, o concerto será uma homenagem ao grupo Secos e Molhados. No repertório estão obras do disco de estreia do grupo, como Sangue Latino, Rosa de Hiroshima e Fala. O concerto tem direção e concepção de Otávio Juliano e participação especial de João Ricardo.

Em seguida, o Coral apresenta o concerto Spirituals, no dia 05 de agosto, na Sala de Espetáculos do Theatro Municipal de São Paulo. Dessa vez, sob a regência de Rollo Dilworth, compositor coral, arranjador, maestro e educador musical norte-americano de St. Louis, Missouri.

Ainda em agosto, o Coral Paulistano apresenta Cantos Franceses. No dia 28, sob a regência de Maíra Ferreira, serão apresentadas obras de compositores franceses como Jean-Yves, Daniel-Lesur, Lili Boulanger, Jean Françaix, Claude Debussy, entre outros. O repertório selecionado combina poesia e fantasia com o refinamento característico da música francesa, destacando as suas cores harmônicas e a riqueza de timbres.

Por fim, o concerto Novas Sonoridades será realizado no dia 16 de outubro, na Sala do Conservatório. Sob a regência de Maíra Ferreira, o Coral Paulistano apresentará um programa que inclui obras de compositores contemporâneos como Dobrinka Tabakova, Eric Whitacre, Francisco Coll, György Ligeti, Einojuhani Rautavaara, dentre outros. O restante do repertório será composto por obras selecionadas por meio do edital “Música contemporânea: leituras públicas”, lançado em 2023 e com segunda edição programada para 2025, reafirmando o compromisso do grupo com a divulgação de novas obras no cenário coral brasileiro.


Balé da Cidade de São Paulo acentua a vocação para o contemporâneo

A temporada do Balé da Cidade de São Paulo começa com Requiem SP, a partir do Requiem, de György Ligeti, e será apresentada pela primeira vez em conjunto com a Orquestra Sinfônica Municipal e o Coral Paulistano, sob a regência de Maíra Ferreira. O espetáculo terá diversas datas: 14, 15, 18, 19, 21, e 22 de março, na Sala de Espetáculos. Requiem SP é inédito e terá direção e coreografia de Alejandro Ahmed, diretor da companhia.

A obra é composta por um primeiro ato com o Requiem, seguido por duas composições de Venetian Snares: Hajnal e Kétsarkú Mozgalom. A coreografia estabelece diálogos entre distintas linhagens de dança, como o balé, o jumpstyle e as danças urbanas e populares. A proposta investiga de maneira provocativa as possibilidades de articulação entre corpos, contextos e manifestações culturais, destacando as dinâmicas e as singularidades de uma cidade como São Paulo.

Em seguida, o Balé da Cidade de São Paulo apresentará Novas Criações, de Rafaela Sahyoun, que faz a sua estreia com o Balé da Cidade em Fôlego, e Michelle Moura, que estreia seu primeiro espetáculo com o Balé. Nos dias 23, 24, 25, 28, 29, 30, 31 de maio e 1º de junho, na Sala de Espetáculos. Rafaela Sahyoun é bailarina, articuladora e educadora. Atua em projetos pedagógicos e artísticos e cultiva uma prática de pesquisa contínua e compartilhada com diversas instituições e companhias de dança nacionais e internacionais. Dentre os seus projetos coreográficos autorais e internacionais, estão a trilogia NINGUÉMMESOLTA [Don’t Lose Me] (2018) e VAWM (2020). Michelle Moura atualmente vive em Berlim. Em suas peças minimalistas, ela explora estratégias para gerar mudanças psicológicas e físicas. Suas criações foram apresentadas em festivais internacionais de dança e artes performáticas, incluindo Impulstanz, Panorama, HAU – Hebbel am Ufer e La Biennale di Venezia.

Já em agosto, a companhia vai remontar duas coreografias de sucesso: BIOGLOMERATA, de Cristian Duarte, e Fôlego, de Rafaela Sahyoun. O espetáculo será nos dias 14, 15, 16 e 17 de agosto, com participação da Orquestra Sinfônica Municipal. A primeira obra, BIOGLOMERATA, conta com coreografia, direção e espaço cênico de Cristian Duarte, composição original para orquestra e theremin por Tom Monteiro, orquestração de Carlos Bauzys. Bioglomerata é uma recriação para o Balé da Cidade de São Paulo, que revisita e atualiza Biomashup, um concerto de dança criado em 2014 por Cristian Duarte em companhia, no contexto da residência Lote, na Casa do Povo, em São Paulo.

A segunda obra, Fôlego, concebida e coreografada por Rafaela Sahyoun, tem produção musical de Joaquim Tomé e trilha sonora de The Field. Em Fôlego, Rafaela Sahyoun se debruça na urgência de criar literalmente pulso. A eletricidade nos corpos emergentes das atualizações presentes no espaço, da resistência de tempos sombrios à ação de transformação coletiva. Numa dramaturgia de força propulsora e sensorial, contágio e negociação de desejos. Fôlego evoca o erotismo de estar vivo.


Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo celebra 90 anos de história

Em 2025, o Quarteto de Cordas da Cidade tem o orgulho de comemorar os 90 anos da sua fundação, exaltando muitos parceiros que ajudaram a construir a história do grupo, como a compositora Helza Camêu, passando por Clóvis Pereira, Osvaldo Lacerda, Ronaldo Miranda e o grande Heitor Villa-Lobos, dentre outros.

Inaugurando a temporada, o grupo apresenta o concerto Conexões Musicais, que será realizado no dia 20 de fevereiro, na Sala do Conservatório. O Quarteto de Cordas da Cidade, composto por Betina Stegmann, Nelson Rios, Marcelo Jaffé e Rafael Cesario, apresentará obras de Hercules Gomes, Clóvis Pereira e César Guerra-Peixe.

O segundo concerto do Quarteto de Cordas será As Musicotecas do Mário, realizado no dia 06 de março, na Sala do Conservatório de Praça das Artes. Na ocasião, o grupo apresentará obras de Silvio Motto, Helza Camêu e Gabriel Migliori. Já no dia 03 de abril, o quarteto apresenta o concerto Dança na Sala do Conservatório. No repertório estarão obras de Osvaldo Lacerda, Kleberson Buzo e Alejandro Drago.

Intitulado Quarteto toca Caíto Marcondes, no dia 08 de maio, o grupo apresentará composições especialmente criadas para o conjunto pelo percussionista Caíto Marcondes. No dia 12 de junho, será apresentado o concerto Serestas: na ocasião, o repertório contará com a Suíte Chiquinha Gonzaga, de Silvia Góes, a Seresta Piracicaba, de Eunice Catunda, e o Quarteto nº 3, de Claudio Santoro, obra que teve a sua estreia feita pelo grupo em 1954.

No dia 07 de agosto, será apresentado o concerto Identidade Brasileira, na Sala do Conservatório. No repertório estão obras como nº 2, de Francisco Mignone, e o Quarteto de Cordas, de Clorinda Rosato, ambas dedicadas ao grupo. Intitulado Texturas Brasileiras, no dia 04 de setembro, o Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo apresentará o Quarteto Texturas, de Ronaldo Miranda, e o Quarteto Brazuca, de Arthur Barbosa, ambos dedicados ao grupo.

Em seguida, no dia 09 de outubro, o grupo apresenta o espetáculo Encomendas, que terá uma nova composição de Marisa Rezende dedicada ao quarteto, além de O Burrico de Pau, de Antônio Carlos Gomes, e o Quarteto nº 13, de Villa-Lobos. Por fim, o grupo apresenta o concerto Requiem Sem Palavras, no dia 13 de novembro. O repertório da noite contará com o Quarteto de Cordas nº2, Requiem sem palavras, de Almeida Prado.


Orquestra Experimental de Repertório celebra 35 anos

Reforçando a sua vocação para a difusão de repertório abrangente e diversificado, a Orquestra Experimental de Repertório traz em sua temporada obras de importantes compositores e compositoras como Gustav Holst, Eunike Tanzil, Clarice Assad, Johannes Brahms, Richard Strauss, Catarina Domenici, dentre outros.

Destacam-se ao longo do ano o concerto do dia 15 de junho, que celebrará os 35 anos da Orquestra e apresenta a grandiosa Sinfonia nº 5, de Gustav Mahler; o concerto Ricochetes, a ser apresentado no dia 03 de agosto, trazendo ao palco mesatenistas para interpretar o Concerto Triplo para Ping-Pong, Violino e Percussão, de Andy Akiho, além da estreia de uma nova composição de Alexandre Lunsqui. O concerto Paz na Terra, em 21 de dezembro, celebra os 190 anos de aniversário de Saint-Saëns, apresentando o seu Oratório de Natal.


Caderno de Assinaturas

A venda das assinaturas para a programação de 2025 será iniciada com a tradicional prioridade para a renovação de assinaturas, de 15 a 31/10 de 2024, e, em seguida, haverá a venda para novos assinantes, de 15/11 a 23/12.

Além das assinaturas já conhecidas (óperas / concertos da Orquestra Sinfônica Municipal / espetáculos do Balé da Cidade de São Paulo / apresentações do Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo), em 2025 o público poderá fazer a assinatura, pela primeira vez, das apresentações do Coral Paulistano.


Foto principal: Rafael Salvador (montagem de “O Guarani”, de Carlos Gomes, apresentada em 2023).
 

14 comentários

  1. Fui iluminado por um raio de esperança quando soube que a ópera “Il Guarany” receberia uma nova produção no Teatro Municipal. “Quem sabe desta vez eles acertem!” foi o que eu pensei.

    Não tardou, no entanto, para que a luz desse lugar à escuridão da triste realidade: não trata-se de uma nova montagem, mas de uma mera repetição daquela desvirtuação sem pé nem cabeça que já foi vista em 2023.

    Para esta geração contemporânea tão obcecada por “corrigir” os trabalhos que já são perfeitos pode parecer um absurdo o que vou falar, mas eu sempre considerei “Il Guarany”, em sua forma pura, com libreto e cenografia da época de Carlos Gomes, como uma obra prima imortal capaz de sustentar-se poderosa e atual através de todos os tempos. Ela tece uma narrativa nacionalista excepcional retratando precisamente o espírito brasileiro, tanto pela heroicidade do povo Guarani quanto pelo caráter Missionário da Colonização – que tinha por nobre objetivo introduzir o Evangelho a um povo que, como todos os outros povos do mundo, dele estava tão necessitado mesmo sem saber.

    Infelizmente, a direção cênica conseguiu a proeza de aniquilar todo o poderio desta temática de alto calibre através de uma encenação sem sentido que nem sequer faz questão de manter uma coerência narrativa, ao passo que o texto diz uma coisa e a cena diz outra – e, no fim das contas, a peça como um todo acaba por não dizer nada.

    E mais lastimável ainda é ver como eles insistem no erro.

    1. Concordo totalmente e obrigado por este alerta. Não estava em SP, quando da apresentação de 2023 e estava com enorme esperança desta apresentação em 2025.
      Continuarei rejeitando as óperas do Municipal e esperando que o Prefeito venha com nova equipe neste novo mandato.

  2. Infelizmente já não dá mais para confiar nas produções de óperas aqui em SP. A turma do lacre consegue estragar tudo que coloca a mão. Os títulos de 2025 são excelentes, mas infelizmente eles podem destruir toda a montagem como já fizeram com uma série de óperas.

    1. Não dá para confiar nessa turma do lacre. Com certeza, vão destruir toda a beleza das óperas em sua originalidade e o que é pior; insistir nos erros descabíveis, como é o caso de “Il Guarany”, de Carlos Gomes, aniquilando com a sua original e poética composição. Comprometedor.

  3. A temporada vem contemplada como uma gama interminável de compositores, trazendo a possibilidade de um aprimoramento cultural para o público.

  4. Acho interessante esses comentários sobre o “lacre”… a vida inteira vemos obras racistas, xenófobas, misóginas, homofóbicas… quando muda um detalhe já ficam todo doído.
    Tenho uma solução pra vocês: não vá, deixa pra quem queira ir. Fiquem no seu mundinho reaça e antiquado do século passado.
    A arte não é fixa, imutável. É feita de interpretação e adaptação. Críticas são válidas, mas uma coisa é criticar performance, execução, montagem, outra é criticar a premissa “lacradora”, que não é crítica, é ideologia….

    Notas Musicais: estamos publicando, excepcionalmente, um comentário que é claramente proveniente de perfil fake (basta observar o nome utilizado pelo autor ou pela autora…). Publicamos por entender que o conteúdo do comentário não possui qualquer ofensa, mas apenas discordância. Exatamente por isso, ou seja, pelo comentário não ter problema algum, não conseguimos compreender por que o autor (ou autora) sentiu a necessidade de se esconder atrás de um nome fake.

    1. Bravo.

      De fato, a arte como um conceito geral, é mutável, porque a cada momento estão surgindo novos artistas com suas novas ideias.

      Mas obras já definidas e publicadas não são mutáveis (ou ao menos não deveriam ser), justamente por isso: elas já foram publicadas! É isso aí que você está vendo! Não importa o quão “machista” ou “homofóbica” você pense que elas sejam.

      Todos somos livres para escrevermos respostas ou obras paralelas que discordem umas das outras, mas a partir do momento em que pegamos obras prontas para subverter aos nossos próprios ideais… isso me parece nada mais do que censura!

      Sim, Carlos Gomes escreveu uma ópera sobre como os indígenas deveriam converter-se ao Cristianismo. O diretor cênico acha isso ruim? Que ele não dirija a peça!

      1. Para ilustrar o que eu disse: imagine que o senhor escreva uma peça teatral glorificando os feitos de um marechal Deodoro da Fonseca, representando toda a luminosidade e a justiça desta República Federativa do Brasil! E eu, um monarquista, esteja encarregado de dirigir a sua peça.

        Ora, eu vou vestir o marechal em trapos, colocar uma projeção dizendo “abaixo a república” e basicamente fazer de tudo para ridicularizar a causa republicana, a mesma causa que te motivou a escrever a peça em primeiro lugar. Não parece nada agradável, parece?

  5. Imaginem só o que vão fazer em 2025 com “Don Giovanni”, do genial Mozart, sob a direção de Hugo Possolo; o Porgy e a Bess, em setembro, serão lacrados de quê??? E a história de Friedenstag, em julho; então, já pensaram o que farão….? depois, será a vez de Macbeth e sua esposa, a Lady Macbeth. A turma da lacração e da modernidade, extinguirá toda a beleza dessas óperas e imporá um leque de aberrações, como fez com o Guarany, de nosso maior compositor lírico, o imortal Carlos Gomes; bem como de outras óperas, que por infelicidade, caiu nas mãos desses exterminadores, usando a ópera apenas como veículo de suas idéias e discordâncias, quanto as suas originalidades, comprometendo assim, a arte lírica universal.

    1. Por mais que eu concorde com você, acho que você está sendo muito pessimista.

      Esse ano eles fizeram uma boa montagem de Madama Butterfly.

      Por enquanto, a desvirtuação modernista ainda não atingiu TODAS as óperas do mundo.

  6. Você quer que atinja todas as óperas, não é mesmo?
    Para mim já passou dos limites o abuso com a paciência de uma boa parcela do público!
    Ponha na lista: Aida, O Guarani, Navio Fantasma, O caso de Judith, o Nabucco recente e acrescente o concerto dos dias 18 e 19/10/2024. Ontem foi outro escândalo no Theatro Municipal de São Paulo com aquilo que apresentaram sob a administração da Sustenidos Org. Social de Cultura.

  7. Marco Antônio Seta disse: Enquanto não mudarem o maestro titular da OSM e a diretoria do Theatro Municipal, (Sustenidos Organização Social de Cultura ) ???; vai continuar essa turma da lacração, da destruição de suas originalidades, da mutilação das partituras e a deturpação total de época, ambientação e estilo das mesmas. É o pleno desmanche das óperas !

  8. Esperamos uma nova equipe à frente do Theatro Municipal de São Paulo, considerando-se que o prefeito eleito tenha a sensibilidade de trocar toda essa equipe gestora e artística que rege hoje o teatro em epígrafe.
    Não dá mais para continuar como se encontra ! Já se passaram oito anos e a ópera vem sendo degringolada no palco do Theatro Municipal de São Paulo. A degradação, a mutilação, o corte de cenas e trechos dos atos, o enxerto de trechos contemporâneos e que nada tem a haver com as partituras originais dos títulos operísticos ; as gravações eletrônicas em lugar do emprego de conjuntos sul palco ocorrido em Nabucco e o corte da segunda harpa e do órgão na mesma ópera, são fatores graves e que enganam e tapeiam ao público despreparado que acorre ao Municipal, para, ao menos conhecer as obras do teatro lírico que fizeram a glória e o êxito retumbante em todo o mundo através das décadas e séculos passados.

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