Clara Sverner comemora os seus 88 anos na Sala Cecília Meireles

A Sala Cecília Meireles apresenta na próxima terça-feira, dia 27 de agosto, às 19h, dentro da sua Série Piano na Sala, Clara Sverner. No repertório, obras de Chiquinha Gonzaga, Wolfgang Amadeus Mozart, Maurice Ravel, Glauco Velásquez, Johannes Brahms e Frédéric Chopin.

Perto de completar 88 anos de vida – comemorados, de fato, no dia 29 de agosto – Sverner dá início às comemorações dois dias antes e comenta: “88, número mágico. Aos quatro anos de idade, o piano surgiu na minha vida. Fez-se a luz, meu segundo nascimento. Entre tantas experiências de vida, dolorosas, radiantes, eu e a música sempre estivemos inseparáveis. E neste belo crepúsculo de minha vida, que posso dizer? Que por fazer 88 estou mais livre! Nas interpretações de Mozart, Ravel, Chiquinha, Brahms…. Como se minha alma ultrapassasse barreiras. Nos unimos então na dor e na alegria. Divido com meu público a emoção, a arte.  E o presente, é meu presente para vocês. E a luz da música nos acompanha”.

Clara Sverner

Uma das maiores pianistas brasileiras, Clara Sverner, possui duas indicações ao Grammy Latino e uma carreira que a tornou uma das mais prestigiadas virtuoses brasileiras. Teve sólida formação que se iniciou em São Paulo, com o professor José Kliass. Aperfeiçoou-se mais tarde nos centros musicais mais avançados, como o Conservatório de Genebra, onde recebeu uma medalha de ouro, e o Mannes College of Music, de Nova York. Premiada no Concurso Internacional Wilhelm Backhaus, ainda adolescente iniciou a vitoriosa carreira que a tornou uma das mais prestigiadas artistas brasileiras. Seu grande mestre foi o notável Koellreuter, grande pensador, que a ajudou sempre a pensar na liberdade e no aperfeiçoamento enquanto artista. Aos 18 anos, fez a estreia do Concerto para Piano de Khatchaturian, com o grande maestro Eleazar de Carvalho.

Privilegiando, antes de tudo, a qualidade estética, o arrojo da invenção e a carga expressiva das músicas que executa, Clara Sverner é uma artista inquieta que não se cansa de se aperfeiçoar, pesquisar e ousar. No domínio da música clássica brasileira, foi a principal responsável pela redescoberta das obras de Glauco Velásquez e Chiquinha Gonzaga, a quem dedicou várias gravações. Em 1980, saiu o primeiro álbum com algumas obras para piano da compositora. O sucesso foi imenso e, em 1981, gravou o segundo LP com outras obras de Chiquinha Gonzaga para piano. Em 1999, o CD Chiquinha Gonzaga por Clara Sverner foi utilizado na minissérie da Rede Globo, intitulada Chiquinha Gonzaga. Sua discografia, que reflete a sua estética apurada e o seu espírito de vanguarda, consiste em mais de 29 títulos, distribuídos internacionalmente.

Em sua parceria com o saxofonista Paulo Moura, aboliu fronteiras, abriu-se para outros universos sonoros, explorando um repertório que abrange desde os clássicos da nossa música popular. Com Paulo, gravou quatro discos, sendo que o disco Vou Vivendo ganhou o prêmio Villa-Lobos. Gravou a íntegra das sonatas de Mozart, da qual o primeiro volume de Mozart por Clara Sverner foi finalista do Prêmio TIM. O Volume 2 ganhou o Prêmio TIM de Melhor Disco Clássico. E o Volume 3 foi indicado ao Grammy Latino. O disco Chopin por Clara Sverner, lançado em 2011, também foi indicado ao Grammy Latino, na categoria de melhor álbum de música clássica.

Clara Sverner, em sua carreira, não transitou somente na área musical, mas também no teatro, no audiovisual e na literatura. Ao lado de seu filho, o designer, Muti Randolph, desenvolveu um projeto inovador onde imagens são geradas a partir do piano em tempo real. O espetáculo, denominado Sinestesia, ganhou a sua versão em 3D, sendo sucesso de público e de crítica.

No teatro, Clara fez parte do elenco da peça 33 Variações de Beethoven, estrelada pela atriz Nathalia Timberg sob a direção de Wolf Maya. Em cena, Clara interpretava com grande sensibilidade as 33 Variações ao vivo. Posteriormente, nos anos de 2017, 2018 e 2021, a convite da mesma Nathalia Timberg, Clara retornou ao teatro com a peça Chopin ou o Tormento do Ideal, na qual ambas percorreram diversas cidades brasileiras em extensa temporada de muito sucesso.

Em 2020, em isolamento devido à pandemia da Covid-19, Clara começou a organizar os seus manuscritos de poemas e contos, e publicou o seu primeiro e-book, intitulado Reminiscências, no qual reuniu 26 poemas escritos entre 1982 e 2020. O segundo e-book, Interiores, que reúne 10 contos inéditos, escritos dos anos 80 aos dias atuais, foi lançado em 2023. Ambas as obras estão disponíveis gratuitamente para download. No audiovisual, em 2023, um pequeno documentário em sua homenagem foi disponibilizado na web, sob o título Notas de uma pianista.


Sala Cecília Meireles

Série Piano na Sala

Clara Sverner, piano

Chiquinha Gonzaga
Bionne
Atrahente

Wolfgang Amadeus Mozart
Sonata Kv 331

Maurice Ravel
Sonatine

Glauco Velásquez
Devaneio
Brutto Sogno

Johannes Brahms
Intermezzo Op. 117, nº 1
Intermezzo Op. 117, nº 2

Frédéric Chopin
Preludes Op. 28, nº 1
Preludes Op. 28, nº 17
Preludes Op. 28, nº 18

Ballade n° 1


Quando: 27 de agosto, terça-feira, às 19h
Onde: Sala Cecília Meireles
Ingressos: R$ 40,00 (R$ 20,00 meia) / à venda na bilheteria da Sala e por meio do seguinte link >
https://funarj.eleventickets.com/#!/apresentacao/3527bddbaa69efda5c1d290bbe4d0b


Foto: divulgação.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *