O velório do será realizado hoje, 07 de dezembro, das 14h às 17h, na Sala Cecília Meireles.
Importante compositor brasileiro da segunda metade do século XX e deste início do século XXI, Edino Krieger faleceu no início da noite de terça-feira, 06 de dezembro, aos 94 anos. Ele estava internado na Casa de Saúde São José, no Humaitá, Zona Sul do Rio desde novembro. A causa da morte não foi divulgada. O velório será realizado nesta quarta-feira, 07 de dezembro, na Sala Cecília Meireles, no Rio, entre 14h e 17h, e será aberto ao público.
Nascido em Brusque (SC), Edino era filho do músico, compositor e regente Aldo Krieger, com quem teve as primeiras lições ao violino em Brusque (SC). Aos 15 anos, em 1943, Edino transferiu-se para o Rio, para prosseguir sua formação no Conservatório Brasileiro de Música, onde estudou com H. J. Koellreutter, graças a uma bolsa oferecida pelo então governador catarinense (e mais tarde presidente do Brasil por dois meses) Nereu Ramos.
Aos 17 anos, recebeu seu primeiro prêmio como compositor. Em 1948, foi selecionado como bolsista do Departamento de Estado dos EUA, após indicação de Koellreutter. Concorriam compositores com menos de 21 anos. A banca examinadora era presidida por Aaron Copland e formada por Henry Cowell, Gilbert Chase e Carleton Sprague Smith.
Com mais de 70 anos de carreira, Edino foi considerado, junto a Guerra Peixe e Cláudio Santoro, com quem integrou o Grupo Música Viva, um dos principais nomes da vanguarda da música de concerto no Brasil. Também foi diretor da Rádio MEC e crítico da Tribuna da Imprensa e do Jornal do Brasil.
Além da música, ocupou cargos na administração pública em órgãos ligados à Cultura, como a Fundação de Teatros do Rio (de 1975 a 1978), a Funarte (de 1981 a 1998), e o Museu da Imagem e do Som (de 2003 a 2006). Criou os Festivais de Música da Guanabara e as Bienais da Música Brasileira Contemporânea e ocupou a presidência da Academia Brasileira de Música (ABM) por vários mandatos.
Em nota, a AMB descreveu Edino como o “o maior defensor” da música brasileira de concerto e “um personagem monumental e incontornável da cultura brasileira”. “Sua presença está marcada para sempre na história da música brasileira e e instituições culturais do país”, afirma o comunicado.
Entre as composições de Edino, destaca-se Canticum Naturale, de 1972, na qual a orquestra recria os sons da flora e da fauna amazônicas. A peça é dividida em duas seções — Diálogo dos pássaros e Monólogos das águas — e costurada por um solo vocal. Ainda na década de 1970, ele compôs dois solos para violão: Ritmata e Estro Armonico.
Edino deixa a esposa, a jornalista e produtora Neném Krieger, três filhos — o instrumentista, cantor e humorista Edu Krieger, o guitarrista e compositor Fabiano Krieger e o pesquisador musical Fernando Krieger — e cinco netos.
* Com informações do jornal O Globo.
Foto: divulgação.