Maestro Ricardo Rocha ministra o curso “Formas Musicais”

A música é a única arte cujo conteúdo é invisível. O objetivo desse curso é o de oferecer a leigos a “forma” que sustenta o “conteúdo” de cada obra, por meio de um método que lhes dará a experiência de uma nova e inteligente audição musical, capaz de fazer com que o aluno compreenda o pensamento musical do compositor, ao conseguir identificar e reconhecer as principais ideias, padrões e organização da música em sua estrutura.

Público

Este curso investe na formação de novas plateias de todas as idades, voltando-se para os que querem compreender a linguagem da chamada “música clássica” em seu próprio discurso. Sua proposta é a de apresentar o método de uma audição musical inteligente não só para leigos, mas também para estudantes e professores de música, por meio do reconhecimento das principais ideias musicais, padrões e partes internas e externas da obra em sua estrutura. Nele, vida, época e estilo do compositor serão igualmente abordados.

O método

A partir da apresentação de vídeos com grandes orquestras, regentes e solistas, aliado a pranchas gráficas que “topografam” as estruturas musicais, o ouvinte será capacitado a acompanhar o pensamento musical do compositor. A imagem final do agrupamento dessas partes é a configuração visível da estrutura da obra em sua linguagem, o que proporciona a sua compreensão a partir da audição dos seus eventos. O resultado desse método, que vem sendo desenvolvido há 30 anos pelo maestro Ricardo Rocha – e é único no Brasil e no mundo – surpreende pela experiência de uma audição completamente diferente, promovendo a compreensão de grandes obras orquestrais, como aberturas, sinfonias, concertos com solistas e poemas sinfônicos. Como modelo, o estudo das obras abre novas vias de acesso ao entendimento e à fruição estética de obras-primas de grandes compositores, sejam elas instrumentais, em solo ou conjuntos, ou corais, com ou sem orquestra. Por razões de contextualização, o curso também aborda a vida do compositor e o estilo da época de sua composição.

Formato

Seis encontros de 2h cada, às quartas-feiras, das 19h às 21h

– Oficina I (27/07) – Aberturas

→ Abertura Clássica: Mozart, A Flauta Mágica

→ Programática: Wagner, Os Mestres Cantores

→ Concertante: Rimsky- Korsakov, Festival A Grande Páscoa Russa

– Oficina II (03/08) – Sinfonias 1

→ Sinfonia Clássica: Mozart, Júpiter, 1º e 4º movimentos

→ Romântica: Schubert, Quinta Sinfonia, 2º e 3º movimentos

– Oficina III (10/08) – Sinfonias 2

→ Sinfonia Romântica: Tchaikovsky, Quinta Sinfonia, em mi menor, completa (Audição inicial: Chopin, Mazurka, opus 17 n° 4)

– Oficina IV (17/08) – Concerto Solista

→ Barroco: Bach, Concerto Brandemburguês n° 5

→ Painel comparado da “forma sonata” nos seguintes primeiros movimentos:

→ Clássico: Beethoven, Concerto n° 3 em dó menor, para Piano e Orquestra

→ Romântico: Dvorák, Concerto n° 2 em si menor, para Violoncelo e Orquestra

→ Moderno: Ravel, Concerto para Piano em sol

– Oficina V (24/08) – Poema Sinfônico 1

→ Romântico: Mussorgsky/Ravel, Quadros de uma Exposição; Sibelius, Finlândia

→ Impressionista: Debussy, L’après-midi d’un faune

– Oficina VI (31/08) – Poema Sinfônico 2

→ Canção da Terra, testamento musical de Mahler

Ricardo Rocha

Ricardo Rocha é atualmente um dos regentes mais renomados do Brasil. Pós-graduado pela Escola Superior de Música da Universidade de Karlsruhe como Kapellmeister (maestro de ópera e concertos sinfônicos), o mais alto título em Regência em países de língua alemã, é também mestre em Regência pela Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Na Alemanha, ao longo de 11 anos, criou o ciclo Brasilianische Musik im Konzert para a difusão da música de concerto brasileira, à frente de orquestras como a Sinfônica de Bamberg, as Filarmônicas da Turíngia e de Südwestfallen e a Sinfônica de Baden-Baden. Rocha foi regente titular da Orquestra Sinfônica da Universidade Federal de Mato Grosso (1992-94) e da Orquestra Sinfônica e Coro Estável da Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais (1994-96), onde também foi professor de Regência. Como convidado, regeu grandes orquestras brasileiras como a OSB, OSTM-SP, OSMG, OPES, OSN-UFF, OSBJ e a OJB -Orquestra Jovem do Brasil, com a qual executou a Nona Sinfonia de Beethoven pelos 20 anos da Queda do Muro de Berlin. É autor do livro Regência, uma arte complexa (2004) e do atlas As Nove Sinfonias de Beethoven – uma Análise Estrutural (2013).

Foto: Meg Lopes.