Nos dias 06 e 07 de julho, a Orquestra Sinfônica Brasileira sobe ao palco da Sala Cecília Meireles, dando continuidade à Série Territórios. A regente argentina Natalia Salinas assume a condução dos concertos, que contam também com o trompetista Flávio Melo como solista. O repertório é composto por obras de Edward Elgar, Johann Neruda e Dmitri Shostakovich. No domingo, a apresentação será no formato Concertos para Juventude – apresentações comentadas com cunho didático.
Edward Elgar (1857-1934) foi o primeiro compositor inglês desde Henry Purcell (1659-1695) a alcançar amplo reconhecimento internacional. Essa consagração, no entanto, não se deu rapidamente: foi conquistada a passos lentos, por meio de muito trabalho. Até o final da década de 1880, a atividade musical do jovem artista era mais voltada para a performance e para o ensino do que propriamente para a composição. É a partir de 1890 que Elgar passa a se dedicar com mais afinco à atividade criadora, atravessando então um período de grande floração imaginativa. Data dessa época a Serenata para Cordas Op. 20, que será ouvida nesses concertos da Série Territórios. Uma das suas obras mais celebradas, a composição é marcada por um frescor juvenil e por uma espontaneidade absoluta, aliadas a uma sofisticação musical que indicam o alvorecer da maturidade.
O programa segue com o Concerto para Trompete de Johann Baptist Georg Neruda (1708-1776), um dos mais talentosos compositores tchecos do século XVIII. A obra, que é provavelmente o seu trabalho mais conhecido, foi originalmente escrita para o “corno da caccia”, mas é frequentemente apresentada com o trompete na posição de solista. À altura em que o concerto foi concebido, a estética barroca já estava cedendo lugar às tendências que se consumariam no Classicismo e, em alguma medida, os dois estilos convivem no concerto: se, em termos formais, ele parece se voltar para o passado, no que se refere ao conteúdo melódico e harmônico, já incorpora certos elementos modernos para a época.
Encerrando o concerto, a OSB apresenta a Sinfonia de Câmara em Dó menor, Op. 110, de Dmitri Shostakovich (1906-1975). A composição é, na verdade, uma orquestração do Quarteto de Cordas nº 8, escrito no curto intervalo de três dias durante uma viagem a Dresden. Em carta a seu amigo Isaak Glikman, o compositor escreveu: “Quando eu morrer, é pouco provável que alguém escreva um quarteto dedicado à minha memória. Então decidi escrevê-lo eu mesmo”. A colocação se alinha com o caráter funéreo da obra, que se inscreve na lista de composições mais sombrias do russo. Como em diversas outras obras, Shostakovich faz, aqui, uso de um tema formado pelas notas Ré, Mi bemol, Dó e Si natural, que, em alemão (D, Es, C, H), codificam o seu sobrenome.
PROGRAMA
Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB)
Série Territórios
Natalia Salinas, regência
Flávio Melo, trompete
Edward Elgar
Serenata para Cordas, Op. 20
Johann Neruda
Concerto para Trompete [no dia 07/07, sem o segundo movimento]
INTERVALO
Dmitri Shostakovich
Sinfonia de Câmara em Dó menor, Op. 110 [no dia 07/07, sem o quarto movimento]
SERVIÇO
Quando: 06 de julho, sábado, às 16h
Ingressos: R$ 40,00 (R$ 20 meia)
Quando: 07 de julho, domingo, às 11h (Concertos para a Juventude)
Ingressos: R$ 10,00 (R$ 5,00 meia)
Onde: Sala Cecília Meireles (Rua da Lapa, 47, Centro, Rio de Janeiro)
Foto principal: Marina Andrade.