“O Barbeiro de Sevilha” tem curta temporada no Municipal do Rio

* Nota do editor: as informações sobre ingressos, constantes do quadro de serviço no final deste texto, são de total responsabilidade do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Nesta segunda-feira, 07/11, quando foi iniciada a venda dos ingressos para a ópera “O Barbeiro de Sevilha”, os principais setores da sala de espetáculos estavam bloqueados para venda: as Frisas e os Camarotes estavam totalmente bloqueados; o setor Plateia estava com quase todos os seus assentos bloqueados; e o setor Balcão Nobre estava com praticamente todos os assentos centrais bloqueados. Tais bloqueios foram observados para todas as quatro récitas oficiais da ópera (aquelas com venda de ingressos). Em nome da transparência, este espaço está aberto caso a direção do Theatro Municipal do Rio de Janeiro queira se manifestar sobre o motivo dessa quantidade absurda e injustificável de bloqueios.

Neste mês de novembro, o Theatro Municipal do Rio de Janeiro apresentará O Barbeiro de Sevilha, de Gioachino Rossini, a ópera cômica que mais vezes subiu ao palco do Theatro: foram quase 40 temporadas!

A ópera, que conta com melodias ágeis, ritmo frenético e situações hilariantes, tem agradado plateias do mundo todo por mais de dois séculos. As récitas acontecem nos dias 16 (ensaio aberto), 18, 20, 22 (fechado para escolas), 23 e 26 de novembro, e todas terão uma palestra gratuita uma hora antes das apresentações.

Com concepção e direção cênica de Julianna Santos, cenários de Giorgia Massetani, figurinos de Olintho Malaquias e iluminação de Fabio Retti e Paulo Ornellas, essa nova produção de O Barbeiro de Sevilha contará com os solistas Vinicius Atique (Figaro), Lara Cavalcanti (Rosina), Cintia Graton (Rosina – dia 22/11), Anibal Mancini (Conde Almaviva), Saulo Javan (Don Bartolo), Murilo Neves (Don Basilio), Rose Provenzano-Páscoa (Berta), Leonardo Thieze (Fiorello) e Flávio Mello (Oficial), além do Coro e da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal sob a direção musical e regência de Felipe Prazeres. A Direção Artística do TMRJ é de Eric Herrero.

Ensaio da ópera

Il Barbiere di Siviglia (O Barbeiro de Sevilha) é uma ópera em dois atos de Gioachino Rossini sobre libreto de Cesare Sterbini, com base na peça homônima de Beaumarchais. O título original da obra era  Almaviva, o sia l’inutile precauzione (Almaviva, ou seja, a precaução inútil).

Antes de Rossini, Giovanni Paisiello compôs o seu Barbeiro de Sevilha em 1782 (dez anos antes do nascimento de Rossini). Com esse trabalho, Paisiello atingiu um dos maiores sucessos de sua carreira.

Tendo sido Paisiello um dos maiores representantes da ópera napolitana, o sucesso anterior de seu Barbeiro de Sevilha fez parecer inadmissível que um compositor de 23 anos, mesmo que tão talentoso, ousasse desafiá-lo. Só que Rossini não queria desafiar ninguém, pois que, na verdade, nem teve nenhuma responsabilidade pelo assunto.

O que aconteceu foi que a obra tinha sido escolhida pelo empresário do Teatro Argentino, em Roma, o Duque Francesco Sforza Cesarini, que encomendou a Rossini um trabalho para o próximo carnaval. E, naquela época, qualquer representação tinha que submeter-se à censura papal. Com isso, por precaução e estratégia, o empresário propôs O Barbeiro de Sevilha como tema, que foi imediatamente aprovado pelos censores papais.

A primeira apresentação ocorreu em 20 de fevereiro de 1816 no Teatro Argentina, em Roma, e terminou em meio a assobios. O clima geral foi de boicote total, devido aos adeptos da versão de Paisiello, favorecida também pela morte súbita do empresário do Teatro Argentina.

Já a partir da segunda apresentação, contudo, o público aclamou a obra de Rossini, levando-a a obscurecer a versão anterior de Paisiello, e tornando-se uma das óperas mais representadas no mundo.

Ensaio da ópera

Trama da ópera (atenção: contém spoiler)

Em Sevilha, o Conde d’Almaviva apaixona-se pela bela Rosina, que no entanto vive praticamente prisioneira por causa do seu tutor, Don Bartolo, que, por querer desposá-la, tem muitos ciúmes dela, porém com um interesse econômico muito maior do que por verdadeira afeição.

O Conde, apesar da estreita vigilância de Don Bartolo, ainda consegue comunicar o seu amor a Rosina, mas não revela imediatamente a sua identidade, por desejar que ela o ame por quem ele é, e não por seu título de nobreza. Assim, ele se apresenta a ela como Lindoro, um simples estudante. Rosina corresponde ao seu interesse, mas não sabe como fugir da vigilância do seu tutor.

É neste momento que Figaro, um barbeiro inteligente e simpático, entra em cena para ajudar os dois amantes atuando como ‘mensageiro’: a seu conselho, o Conde, inicialmente, consegue entrar na casa de Don Bartolo sob a identidade falsa de um soldado em busca de hospitalidade; e, depois, disfarçado de um instrutor de música.

Don Bartolo, no entanto, é muito desconfiado, e tem um assistente, Don Basilio, que lhe sugere inventar uma calúnia para desacreditar o Conde aos olhos de Rosina. O casal apaixonado, espertamente, consegue se organizar para a fuga, graças à cumplicidade de Figaro, que os ajuda distraindo Don Bartolo com a desculpa de barbeá-lo.

Don Bartolo e Don Basilio seguem tentando desacreditar o Conde aos olhos de Rosina, dizendo-lhe que ele mentiu para ela e que ele não é nenhum estudante.

Rosina, arrependida de ter confiado nele, está prestes a desistir de sua fuga e a casar-se com Don Bartolo por puro despeito. Só que, no final, o Conde esclarece tudo, revela a sua verdadeira identidade e o motivo pelo qual se apresentou a ela como Lindoro. Rosina, então, entende tudo o que se passou e concorda em casar-se com ele, jogando por terra os planos de Don Bartolo.

Il Barbiere di Siviglia (O Barbeiro de Sevilha, 1816)
Ópera-bufa em dois atos

Música: Gioachino Rossini (1792-1868)
Libreto: Cesare Sterbini (1783-1831)

Theatro Municipal do Rio de Janeiro

Quando: 18, 23 e 26 de novembro, às 19h / 20 de novembro, às 17h (16 de novembro, às 19h – ensaio aberto para escolas; 22 de novembro, às 14h – récita para escolas)

Ingressos (* conforme nota no início deste texto): Frisas e Camarotes: R$ 80,00 (ingresso individual) / Plateia e Balcão Nobre: R$ 60,00 / Balcão Superior: R$ 40,00 / Galeria: R$ 20,00 – os ingressos já se encontram à venda na bilheteria e no site do Theatro Municipal (http://theatromunicipal.rj.gov.br/)

Direção musical: Felipe Prazeres
Direção cênica: Julianna Santos

Elenco:
Figaro – Vinícius Atique, barítono
Rosina – Lara Cavalcanti, mezzosoprano
Rosina – Cintia Graton, mezzosoprano (récita de 22/11)
Conde Almaviva – Anibal Mancini, tenor
Don Bartolo – Saulo Javan, baixo
Don Basilio – Murilo Neves, baixo
Berta – Rose Provenzano-Páscoa, soprano
Fiorello – Leonardo Thieze, baixo
Oficial – Flávio Mello, barítono

Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal
Coro do Theatro Municipal

Uma hora antes de cada récita, haverá uma palestra sobre a ópera e suas curiosidades
Classificação: livre

Arte: Carla Marins.
Fotos: Daniel A. Rodrigues.

Um comentário

  1. Bom dia, estou vendo que não é só comigo que não funcionou o site de compra para o ingresso, vejo que muitas pessoas estão tendo a mesma dificuldade, penso que isso seja até prejuízo para o próprio Teatro Municipal, tidos os espetáculos se encontram bloqueados. Gostaria de uma posição de vocês. Aguardo ansiosa pela resposta. Obrigada.

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