OCAM inicia as celebrações especiais de seus 30 anos de história

Durante o mês de junho, a Orquestra de Câmara da ECA/USP (OCAM) realizará concertos gratuitos para celebrar as suas três décadas de história, reunindo também ex-integrantes, jovens talentos e convidados especiais. São 30 anos de dedicação à arte, à educação e à música de concerto, que a tornaram  referência entre as orquestras profissionalizantes do país. A partir de uma formação de excelência, instrumentistas que passaram pela OCAM hoje integram orquestras e instituições culturais de destaque no Brasil e no exterior.

Nos dias 13 e 15 de junho, haverá a apresentação das vencedoras do Concurso Jovens Solistas OCAM. Com a regência de Gil Jardim, que dirigiu a Orquestra de Câmara da ECA por 22 anos, os eventos marcam a premiação a novos talentos e fomentam o protagonismo da mais recente  geração de músicos. As vencedoras Andreza Batistella, violista, e Gabriela Fiorini, flautista, terão destaque nos concertos desses dias, tendo um solo cada uma.

Andreza Batistella apresenta o primeiro movimento do Concerto para Viola em Ré Maior, do compositor austríaco Franz Anton Hoffmeister. Escrita no final do século XVIII, a peça destaca a riqueza expressiva da viola, em um diálogo elegante com a orquestra. Já a Ballade et Danse des Sylphes, que terá solo de Gabriela Fiorini, é uma composição do flautista dinamarquês Joachim Andersen. A peça se destaca por trazer dois movimentos contrastantes — a Ballade, mais lírica e introspectiva, e a Danse des Sylphes, rápida e cheia de leveza.

Exaltando compositores brasileiros, o programa segue com Abá-Ubú, para oboé e orquestra, do carioca Ronaldo Miranda, que já foi professor do Departamento de Música da ECA. A obra, cujo título significa “o padre caiu”, é uma referência ao cortejo fúnebre do Padre Anchieta. Durante a procissão, o corpo do padre caiu, sendo o local batizado de “Abá-Ubú” pelos indígenas. O contraste da situação dramática com a beleza do local inspiraram a ideia desta peça. O solo de oboé será executado por Alexandre Ficarelli, chefe do Departamento de Música da ECA.

O programa se encerrará com a Sinfonietta nº 1, de Heitor Villa-Lobos, um dos maiores compositores brasileiros. A obra de 1916, que tem como subtítulo “À Memória de Mozart”, traz o estilo do compositor vienense mesclado à construção de ritmos e harmonias brasileiras. A obra esteve presente em diversas temporadas da Ocam ao longo dos seus 30 anos de atividade, e representa a vitalidade e o poder de renovação e jovialidade do grupo a cada ano.

No dia 13, sexta-feira, a apresentação será  às 13h, no Centro Cultural Camargo Guarnieri, instalado na Universidade de São Paulo, como parte da Série Sons da USP: a Sinfonia de São Paulo. Especialmente nesse dia, após o concerto, às 14:30h, o Cinusp Paulo Emílio, que faz parte do Centro Cultural Camargo Guarnieri, exibirá cinco curtas produzidos pela OCAM entre 2020 e 2021. Os projetos, desenvolvidos no período de isolamento social, mostram o compromisso da orquestra com a inovação artística e o seu envolvimento com causas sociais e ambientais. Antes da apresentação dos curtas, acontecerá um bate-papo com Gil Jardim e o artista, professor e fundador dos coletivos Construindo Pontes e Contrafluxo, Anderson Penha, que assina a direção de arte de Inumeráveis e a concepção de Raízes Profundas. A conversa será mediada pela produtora Andrea Costa. Essa será a primeira vez que os filmes serão exibidos em uma tela de cinema.

A OCAM também recebe no Centro Cultural a Feira Agroecológica e Cultural de Mulheres no Butantã, coletivo que promove a visibilidade e o protagonismo de mulheres com foco na economia solidária feminista, autogestão, agroecologia e promoção cultural. A rede é composta por pequenas empreendedoras e oferece um espaço permanente de acolhimento, empoderamento, formação e deliberação coletiva. Haverá também exposições e vendas de livros da Edusp.

Já no dia 15, domingo, o evento será no Instituto Tomie Ohtake, às 11h, e faz parte da Série Imersão OCAM no Tomie, que celebra dez anos de parceria entre as instituições.

Conheça os curtas

Temos por quem lutar (2020) e Espero que nomes consigam tocar (2020): as produções são uma homenagem às vítimas da Covid-19 no Brasil, com a canção Inumeráveis, que teve a participação de Chico César, Bráulio Bessa e o Coro de Câmara Comunicantus, trazendo à tona uma reflexão profunda sobre a perda de vidas durante a pandemia.

Sementes (2021): buscando sensibilizar para a preservação ambiental, a produção explora a regeneração do planeta e a conexão entre o ser humano e a natureza, com imagens da Floresta Nacional do Tapajós e da Ilha de Combu, no Pará.

Olho da Rua (2021): criado durante a pandemia da Covid-19, o filme é uma iniciativa para apoiar as pessoas  em situação de rua. Em parceria com o Coral Paulistano e artistas de hip hop, a orquestra promoveu uma campanha de arrecadação de fundos para a Pastoral de Rua, liderada pelo padre Júlio Lancellotti, destacando a solidariedade e o engajamento social.

Raízes Profundas (2021): o curta celebra a ancestralidade e as culturas de diferentes povos, e resulta de parceria com a Orquestra Mundana Refugi e o Coletivo Construindo Pontes. O vídeo foi lançado em comemoração ao aniversário de São Paulo.


Concurso Jovens Solistas OCAM

Gil Jardim, regência
Alexandre Ficarelli, oboé

Vencedoras Concurso Jovens Solistas OCAM

Andreza Batistella, viola
Gabriela Fiorini, flauta

Franz Anton Hoffmeister
Concerto para Viola em Ré Maior – Allegro 

Joachim Andersen
Ballade et Danse des Sylphes, Op. 5 

Ronaldo Miranda
Abá-Ubú 

Heitor Villa-Lobos
Sinfonietta nº 1, À memória de Mozart


Série Sons da USP: A Sinfonia de São Paulo

Quando: 13 de junho, sexta-feira, às 13h
Onde: Centro Cultural Camargo Guarnieri (Rua do Anfiteatro, 109, Butantã, São Paulo)
Ingressos: entrada gratuita/solidária – reserva de ingressos através deste link (doação de um quilo de de alimento não perecível e/ou agasalhos e cobertores para as comunidades do Butantã)
Capacidade: 436 lugares

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Série Imersão OCAM no Tomie

Quando: 15 de junho, domingo, às 11h
Onde: Instituto Tomie Ohtake (Rua Coropé, 88, Pinheiros, São Paulo)
Ingressos: entrada gratuita
Capacidade: 200 pessoas


Foto: Marcelo Macaue.

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