Orquestra Ouro Preto apresenta “Hilda Fucacão, a Ópera” no RJ

Nos dias 24 e 25 de novembro, às 18h e às 20h, respectivamente, a Orquestra Ouro Preto estreia na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro, seu mais novo espetáculo: Hilda Furacão, a Ópera. A adaptação do aclamado romance de Roberto Drummond, ambientado na capital mineira e imortalizado na célebre minissérie dos anos 90, desembarca na capital carioca após temporadas inesquecíveis em São Paulo e Belo Horizonte. Sob a regência do maestro Rodrigo Toffolo, a montagem promete capturar a intensidade dos sentimentos e a complexidade dos dilemas da personagem que desafiou as convenções sociais de uma conservadora Belo Horizonte nos anos 60. Os ingressos já estão à venda.

Com música original de Tim Rescala e direção de cena de Julliano Mendes, Hilda Furacão, a Ópera celebra a riqueza da cultura brasileira, em uma produção cantada em português. Dividida em dois atos, o espetáculo explora os dilemas éticos, sociais e religiosos de uma época. O elenco conta com renomados cantores líricos brasileiros, prometendo emocionar o público em uma montagem impactante: Carla Rizzi interpreta Hilda, e Jabez Lima, o Frei Malthus; Marília Vargas é Loló Ventura, enquanto Marcelo Coutinho encarna Nelson Sarmento; Johnny França é Aramel, e Fernando Portari representa o narrador e autor, Roberto Drummond.

A mezzosoprano Carla Rizzi, que dá vida à protagonista, possui trajetória na cena operística brasileira. A artista ainda soma vasta experiência como atriz, emprestando à personagem toda força dramática que ela demanda. A cantora, assim como Jabez Lima, repete a parceria com a Orquestra Ouro Preto, cujo último capítulo havia sido a bem-sucedida montagem de Auto da Compadecida, a Ópera.

O romance do escritor mineiro conta a história de Hilda, uma jovem bela e rebelde que rompe com as expectativas ao abandonar a sua vida de prestígio e se refugiar na zona boêmia da capital mineira. Sua jornada se entrelaça com a de Frei Malthus, um jovem religioso determinado a transformar a vida dos habitantes da região. Esse encontro desencadeia uma série de conflitos éticos e sociais, em um confronto entre desejo e dever, liberdade e moralidade. Uma narrativa que encontra na ópera a linguagem perfeita para o seu desenvolvimento dramático, se somando ao panteão de grandes heroínas do gênero, como Carmem e Aida, consolidando o caminho para uma ópera nacional que dialoga com nossa história, cores e sons.

Rodrigo Toffolo e Orquestra Ouro Preto

Hilda tem tudo que a gente procura em um libreto, sob o ponto de vista operístico, para levar uma história para o palco. É rica no que tange aos conflitos, às reflexões, à dramaturgia, a esse equilíbrio entre o drama e os momentos cômicos. Além disso, Hilda é uma personagem feminina muito importante da nossa literatura, que carrega fortes reflexões sobre liberdade, imposições sociais e sobre traçar seu próprio destino. Tudo isso faz dela uma protagonista perfeita para esse ciclo de óperas que a Orquestra Ouro Preto vem desenvolvendo”, explica o maestro Rodrigo Toffolo.

Tim Rescala, que repete a parceria operística com a formação mineira após a bem-sucedida montagem de Auto da Compadecida, a Ópera, reforça as qualidades da narrativa que agora chega aos palcos: “Hilda tem todos os elementos para se tornar uma ópera: uma trama instigante e trágica, talvez até tragicômica, personagens fortes, carismáticos e uma grande carga emocional”, enumera.

Para as composições originais, Tim Rescala incorporou elementos da música popular da época, sobretudo o que se ouvia pelo rádio, ao discurso operístico: “Não só a música brasileira, mas também norte-americana, incluindo também os boleros que fizeram tanto sucesso no mundo todo neste período. Esse cancioneiro marcou muito essa época, e procurei incorporar esse universo sonoro à partitura para chegar a algo híbrido, em uma ópera com ares de musical”, avalia o compositor.

Com a estreia de Hilda Furacão, a Ópera, a Orquestra Ouro Preto reafirma a sua busca pela criação de um repertório operístico brasileiro, e convida o público a mergulhar em uma jornada de amor, fé e desafio às normas estabelecidas.


Orquestra Ouro Preto

Hilda Furacão, a Ópera

Quando: 24 e 25 de novembro, domingo e segunda-feira, respectivamente às 18h e às 20h
Onde: Cidade das Artes (Avenida das Américas, 5.300, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro)
Ingressos: na bilheteria da Cidade das Artes e neste link
Informações: www.orquestraouropreto.com.br


Fotos: Rapha Garcia (na foto principal, Carla Rizzi como Hilda Furacão).

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