Pouco menos de três meses depois do seu concerto de estreia na Cidade das Artes Bibi Ferreira, quando todos se apresentaram calçando chinelos, exatamente como seu patrono, o maestro Heitor Villa-Lobos, há 100 anos na Semana de Arte Moderna, a recém-criada Orquestra Rio Villarmônica retornará ao Teatro de Câmara com o mesmo despojamento e frescor, no sábado, dia 20 de agosto, às 19h, apresentando um programa dedicado a Johann Sebastian Bach, Heitor Villa-Lobos e Astor Piazzolla. Desta vez sob a direção musical e regência de Mario Barcelos – um dos seus fundadores ao lado do maestro Tobias Volkmann e da produtora Isabel Zagury –, o grupo oferecerá ao público uma nova oportunidade de conhecer a sua forma de fazer música: com a liberdade que o carioca traduz tão bem, e desde já buscando estabelecer uma tradição de repertório de qualidade. Tendo como solistas as cariocas Luísa de Castro (violino) e Ludmilla Bauerfeldt (soprano), o programa desperta curiosidade por reunir três compositores aparentemente distintos – além de um quarto “compositor oculto”: Antonio Vivaldi!
De diferentes maneiras, as obras dos três compositores estão conectadas pela influência do compositor veneziano das famosas Quatro Estações. Bach teve contato com a música de Vivaldi, muito difundida e admirada na primeira metade do século XVIII, e transcreveu alguns de seus concertos para instrumentos de teclado, como o cravo e o órgão. O Concerto de Brandemburgo nº 3, que integra o programa do concerto da Villarmônica, traz muitos elementos dos concerti grossi, gênero musical extremamente virtuosístico do qual Vivaldi foi o grande mestre.
Bach se tornou a fonte máxima de admiração musical de meio mundo ocidental, inclusive de Heitor Villa-Lobos, que lhe dedicou uma série de obras intituladas Bachianas Brasileiras. Villa é o compositor nacional brasileiro, que forma a dupla de compositores mais famosos da América Latina com seu par argentino Astor Piazzolla, que por sua vez compôs suas próprias Quatro estações, as portenhas, inspiradas em… Vivaldi!
A Villarmônica conduzirá o público nesta viagem musical da Alemanha a Buenos Aires, com escala no Rio de Janeiro, mas com eventual passagem por Veneza. De Villa-Lobos, o programa traz as Bachianas Brasileiras nº 5 com a soprano Ludmilla Bauerfeldt, uma das grandes vozes brasileiras da atualidade. Como principal obra do programa, a Villarmônica apresenta as Quatro estações portenhas, o “alter ego tanguero” das famosas estações de Vivaldi – uma joia do estilo de Piazzola em versão para cordas e violino solo, que a orquestra apresentará com a participação da solista Luísa de Castro.
PROGRAMA
Johann Sebastian Bach (1685-1750)
Concerto de Brandenburgo nº 3, em sol maior, BWV 1048
– Allegro
– Adagio
– Allegro
Heitor Villa-Lobos (1887-1959)
Bachianas Brasileiras nº 5, para soprano e orquestra de violoncelos
– Aria / Cantilena
– Dança / Martelo
Astor Piazzolla (1921-1992)
Cuatro estaciones porteñas
Arranjo para violino solista e orquestra de cordas de Leonid Desyatnikov
Cidade das Artes Bibi Ferreira – Teatro de Câmara
Sábado, 20 de agosto, 19h
Orquestra Rio Villarmônica
Mario Barcelos, direção musical e regência
Ludmilla Bauerfeldt, soprano
Luísa de Castro, violino
Ingressos a R$ 50,00 (inteira) e R$ 25,00 (meia). Compras online pelo site https://bileto.sympla.com.br/event/75348/d/150955/s/997573
Foto: Marcelo Rodolfo.