Nascido em Viena, na Áustria, Franz Schubert (1797-1828) é um dos compositores mais conhecidos e influentes da história, com sinfonias, canções e obras para piano executadas frequentemente nas mais diversas salas de concerto. Sua produção operística, no entanto, não costuma integrar as temporadas de espetáculos por aqui: de acordo com os pesquisadores Paulo Cerqueira e Sérgio Casoy, não há registro de que, a partir de 1874, alguma ópera de Schubert tenha passado pelos palcos paulistanos.
Tal fato dá um especial sabor à apresentação de Die Verschworenen (Os Conspiradores) pela Academia de Ópera e pela Orquestra Jovem do Theatro São Pedro, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerido pela Santa Marcelina Cultura. Com entrada franca, a fim de democratizar o acesso e promover a formação de público, as récitas serão realizadas nos dias 16, 17, 18 e 19 de novembro, sob direção musical de André dos Santos e direção cênica de Ronaldo Zero.
“Essa é uma ópera de ‘ensemble’, onde a realização dramático-musical se faz quase todo o tempo com a participação conjunta de todos os cantores, o que faz dela uma obra perfeita para o trabalho de desenvolvimento dos jovens artistas em formação da Academia de Ópera”, explica André dos Santos.
Escrita por Schubert em 1823, Os Conspiradores, seu último e cativante Singspiel (termo em alemão para óperas com diálogos falados, temas normalmente leves, cômicos e grandes elencos), só estreou em 1861, em Viena. Com um único ato, a obra tem onze números vocais – dois duetos, três solos e seis coros – nos quais a música de Schubert responde com maestria à dramaturgia de Ignaz Franz Castelli (1780–1862), autor do libreto.
Castelli, por sua vez, se baseou no vaudeville (um espetáculo de canções, acrobacias e monólogos) Lisistrata ou Les Athéniennes (1802), do francês François-Benoît Hoffmann (1760-1828), uma releitura da comédia Lisístrata (411 a.C.), de Aristófanes. A adaptação de Os Conspiradores que estará no palco do Theatro São Pedro, entretanto, não terá a guerra do Peloponeso como pano de fundo, mas sim uma escola.
Segundo André dos Santos, diretor musical do espetáculo, será uma grande oportunidade para o público conhecer a produção lírica de Schubert. “Apesar de ser uma das figuras mais importantes na produção de canções de câmara da história da música, suas obras para o teatro não figuram frequentemente nas temporadas de ópera, talvez por manter uma linguagem intermediária entre o Classicismo e a grande ópera romântica. Será uma grata surpresa para o público descobrir o dinamismo dessa obra, do ponto de vista teatral e musical”, argumenta.
Transmissão ao vivo
As récitas dos dias 17 e 18 de novembro terão também transmissão ao vivo pelo canal de YouTube do Theatro São Pedro. Acesse em: https://www.youtube.com/@TheatroSaoPedroTSP
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PROGRAMA
Die Verschworenen (Os Conspiradores)
Ópera em ato único
Música: Franz Schubert (1797-1828)
Libreto: Ignaz Franz Castelli (1780–1862)
Academia de Ópera do Theatro São Pedro
Orquestra Jovem do Theatro São Pedro
Direção musical e regência: André Dos Santos
Direção cênica: Ronaldo Zero
Cenografia: Jonas Soares
Iluminação: Nicolas Caratori
Figurinos: Awa Guimarães
Visagismo: Tiça Camargo
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SERVIÇO
Récitas: 16, 17, 18 e 19 de novembro – de quinta a sábado, às 20h; domingo, às 17h
Onde: Theatro São Pedro (Rua Barra Funda, 171, Barra Funda, São Paulo/SP)
Classificação Indicativa: 12 anos
Entrada franca: ingressos disponíveis na bilheteria digital 24h antes da estreia > https://feverup.com/pt/sao-paulo/theatro-sao-pedro
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Fotos: Heloísa Bortz.