Terra de inúmeros compositores clássicos notáveis e dotada de uma inigualável e preciosa cultura musical, a França é a grande homenageada neste concerto da Série Mundo da Orquestra Sinfônica Brasileira. A apresentação, que acontece no dia 24 de outubro no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, conta com regência de Nathalie Marin e com participação do pianista Fabio Martino. No repertório, composições de Arthur Honegger, Claude Debussy e Maurice Ravel.
A primeira obra do programa é o vibrante poema sinfônico Rugby, do suíço Arthur Honegger. Escrita na França, em 1928, a obra transpõe em música toda a intensidade físico-emocional do jogo, embora o próprio compositor tenha afirmado que não se trata de música programática. A orquestração é robusta, com ênfase poderosa nos metais; as cordas, por sua vez, se ocupam em criar uma tumultuosa malha cheia de energia e agilidade. Dissonâncias marcantes e uma complexa profusão rítmica complementam o jogo musical, dando a Rugby um vigor intenso. O lirismo de Honegger também comparece na obra, oferecendo um contraste expressivo que delineia ainda mais as seções de maior ímpeto.
O “poema dançado” Jeux, de Claude Debussy, foi a última obra orquestral completa escrita pelo francês. A peça foi uma encomenda de Sergei Diaghilev, fundador dos Ballets Russes, que ofereceu ao compositor uma quantia substancial por essa obra-prima. Nada de ninfas ou fauno ao meio-dia; o enredo aqui é moderno e noturno. Duas moças e um rapaz procuram uma bola de tênis perdida em um jardim banhado pela luz da lua e das lâmpadas. Em meio à busca, uma série de outros jogos envolvem os jovens, até que uma outra bola de tênis é misteriosamente lançada. A música de Debussy captura o dinamismo e as ambiguidades sutis do enredo, com passagens de cromatismo insinuantes – mas nunca espinhosos – e com uma complexidade rítmica fugidia e esfumaçada. Motivos breves e constantes mudanças de andamento conferem ao balé uma natureza ágil e graciosa, confirmando a revolução incessante da música de Debussy. Curiosamente, a peça seria ofuscada por uma outra composição que estreou naquele mesmo maio de 1913: a Sagração da Primavera, de Igor Stravinsky. Hoje, porém, a genialidade criativa de Jeux é amplamente respeitada, e a obra é entendida como uma faceta luminosa do prisma musical do século XX.
Maurice Ravel escreveu o seu Concerto para Piano em Sol Maior entre 1929 e 1931, mesmo período em que compunha o seu Concerto para a Mão Esquerda. Se este é uma obra grave e densa, aquele é uma peça mais leve, bem-humorada e solar, na qual influências bascas e jazzísticas se revelam em um todo de genuína alegria. Soma-se à lista a influência de Mozart e de Saint-Saëns, modelos fundamentais para a elaboração do concerto.
PROGRAMA
Orquestra Sinfônica Brasileira
Série Mundo – França
Nathalie Marin, regente
Fabio Martino, piano
Arthur Honegger
Rugby
Claude Debussy
Jeux
INTERVALO
Maurice Ravel
Concerto para piano em sol maior
SERVIÇO
Quando: 24 de outubro, quinta-feira, às 19h
Onde: Theatro Municipal do Rio de Janeiro (Praça Floriano, s/nº, Centro)
Ingressos: Frisa/Camarote > R$ 80,00 (R$ 40,00 meia) / Plateia/Balcão Nobre > R$ 80,00 (R$ 40,00 meia) / Balcão Superior Central > R$ 50,00 (R$ 25,00 meia) / Balcão Superior Lateral > R$ 40,00 (R$ 20,00 meia) / Galeria Central > R$ 30,00 (R$ 15,00 meia) / Galeria Lateral > R$ 20,00 (R$ 10,00 meia) / Ingressos à venda na bilheteria do TMRJ e no site Fever
Foto: Renato Mangolin.