OSB celebrará a cultura musical da China

Se geograficamente Brasil e China estão separados por milhares de quilômetros de distância, no próximo concerto da Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB) as duas nações aparecerão lado a lado, em um programa emocionante. O espetáculo, que integra a Série Mundo e homenageia o país asiático, traz ao palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro um repertório especial, com obras-primas de compositores chineses e brasileiros. O solista convidado da noite é o violinista Xuan Du e a regência fica a cargo do maestro Roberto Tibiriçá.

O concerto começará em solo brasileiro, com a Suíte Festiva do compositor Ronaldo Miranda. Escrita em 1997, por ocasião da visita do Papa João Paulo II ao Brasil, a obra não apresenta propriamente um programa, mas seu caráter solene e sua arquitetura transparente lhe conferem um apelo quase narrativo. A Suíte começa com uma Entrada de orquestração cintilante e cheia de fôlego, que estabelece a atmosfera sugerida no título. No movimento seguinte, Sombras e Luzes, o compositor justapõe o luminoso hino gregoriano Veni Creator Spiritus a seções de melodias turvas, pintando um chiaroscuro sonoro de alto teor dramático. Por fim, na grandiosa Tocata que encerra a obra, entra em cena um vigoroso jogo rítmico de força arrebatadora.

A trágica lenda chinesa de dois jovens – Zhu e Liang – que, impedidos de estarem juntos em vida, transcendem a morte e se metamorfoseiam em borboletas para perpetuar o amor impossível é o pano de fundo do concerto Os Amantes Borboletas, para violino e orquestra. A obra é fruto de uma parceria entre He Zhanhao e Chen Gang e foi escrita na década de 1950, quando ambos ainda eram estudantes no Conservatório de Xangai. Combinando técnicas da música ocidental com a sonoridade singular da tradição operística chinesa, a dupla concebeu um concerto único, que rapidamente ganhou espaço privilegiado no repertório. A obra é dividida em seções, que são tocadas de forma contínua, sem pausa. Através delas, acompanha-se musicalmente a trajetória de Zhu e Liang desde o encontro inicial.

Encerrando o programa, a OSB interpreta a Bachianas Brasileiras nº 8, de Heitor Villa-Lobos. Como sugere o título, convivem na obra o entusiasmo nacionalista do compositor e a sua devoção pela música de Johann Sebastian Bach. Todos os quatro movimentos têm no andamento um título de ascendência bachiana.

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PROGRAMA

Ronaldo Miranda
Suíte Festiva

Gang Chen e He Zhanhau
Os Amantes Borboletas

INTERVALO

Heitor Villa-Lobos
Bachianas Brasileiras nº 8

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SERVIÇO

Orquestra Sinfônica Brasileira

Roberto Tibiriçá, regência
Xuan Du, violino

Quando: 28 de setembro, quinta-feira, às 19h
Onde: Theatro Municipal do Rio de Janeiro (Praça Floriano, s/nº, Centro, Rio de Janeiro)
Ingressos: Frisa/Camarote > R$ 80,00 (R$ 40,00 meia) / Plateia/Balcão Nobre > R$ 80,00 (R$ 40,00 meia) / Balcão Superior > R$ 50,00 (R$ 25,00 meia) / Balcão Superior Lateral > R$ 40,00 (R$ 20,00 meia) / Galeria > R$ 30,00 (R$ 15,00 meia) / Galeria Lateral > R$ 20,00 (R$ 10,00 meia) / ingressos à venda na bilheteria do TMRJ e no site Eleven Tickets

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Foto: Andrea Nestrea.