OSB homenageia a cultura musical do Nordeste

Berço de uma cultura absolutamente vasta e de imensurável contribuição para o país, o Nordeste se consolidou, ao longo da sua história, como arquétipo da rica e preciosa pluralidade característica do Brasil. Terra de axé, frevo, forró e muitos outros gêneros, a região terá a sua música exaltada no concerto A OSB do Brasil – Nordeste, da Orquestra Sinfônica Brasileira, nos dias 29 e 30 de junho, na Cidade das Artes. A regência fica a cargo de Lanfranco Marcelletti. No programa, poemas e suítes sinfônicas baseadas em temas musicais do folclore nordestino.

O concerto tem início com o Poema Sinfônico, de Nilson Lopes, compositor e arranjador pernambucano de Nazaré da Mata. Por meio de seus ritmos e harmonias, a obra monta um arco narrativo que descreve em música as riquezas naturais do Nordeste, a beleza dos seus ecossistemas diversificados e a sua complexa história. Danças e ritmos  tipicamente pernambucanos são usados para desenhar esses quadros sonoros, retratando os povos indígenas, a chegada dos portugueses, bem como a beleza perdida das paisagens exploradas. A música, por vezes, ganha densidade e contornos sombrios, sobretudo quando se volta para os escravizados, mas logo as nuvens se dissipam em um maracatu festivo que celebra a influência da cultura negra. Os boiadeiros e os cangaceiros também comparecem no universo imagético da obra, evocados pelo aboio e pelo xaxado, respectivamente. É também de Nilson o arranjo que será ouvido em seguida, um medley ritmado que vai da ciranda ao torém, do côco ao maculelê, exibindo as influências africanas e indígenas na cultura da região.

Em seguida, o frevo sobe ao palco por meio de um arranjo assinado pelo compositor e sanfoneiro Marcelo Caldi. Na suíte, canções e temas de Spok, Levino Ferreira, Getúlio Cavalcanti, Luiz Bandeira, Joana Baptista e Mathias da Rocha ganham roupagem orquestral, mas sem perder a essência melódica, o virtuosismo e aquela sinuosidade tão característica dos blocos de rua e da folia carnavalesca. Encerrando o concerto, a Orquestra Sinfônica Brasileira apresenta a Rapsódia Nordestina “São João”. Na composição, Marcelo entremeia xotes, baiões, galopes e canções de compositores da MPB, que ganham colorido especial ao surgirem em modos, escalas e harmonias diferentes. Por vezes, os temas são apresentados de forma simples e direta; em outras, porém, eles se entremeiam simultaneamente, enredando um roteiro que começa num aboio e culmina em um galope veloz inspirado nos temas indígenas de Villa-Lobos.


Orquestra Sinfônica Brasileira

A OSB do Brasil – Nordeste

Lanfranco Marcelletti, regência

Nilson Lopes
Poema Sinfônico (mananciais, riquezas naturais, biodiversidade, sertão,  agreste, cangaço, lampião, portugueses e expedições)

Suíte Folclórica (aboio, maculelê, ciranda, cavalo piancó, maracatu rural,  maracatu nação, torém, caboclinho canindé, boi de Pindaré, côco) 

Marcelo Caldi
Frevo Suíte [Moraes é Frevo (Spok) / Mexe com tudo (Levino Ferreira) / Último regresso (Getúlio Cavalcanti) / É de fazer chorar (Luiz Bandeira) / Vassourinhas (Joana Baptista e Mathias da Rocha)]

Rapsódia Nordestina “São João” [Asa branca (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira) / Gostoso demais (Dominguinhos e Nando Cordel) / Sintonia (Moraes Moreira, Fred Góes e Zeca Barreto) / Anunciação (Alceu Valença) / Eu só quero um xodó (Anastácia e Dominguinhos) / Frevo Mulher (Zé Ramalho)]


Quando: 29 e 30 de junho, sábado e domingo, respectivamente às 19h e às 11h
Onde: Cidade das Artes | Grande Sala (Av. das Américas, nº 5.300, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro)
Ingressos: Plateia > R$ 60 (R$ 30 meia) / Frisa > R$ 60 (R$ 30 meia) / Camarote > R$ 50 (R$ 25 meia) / Galeria > R$ 30 (R$ 15 meia) / ingressos à venda na bilheteria da Cidade das Artes e no site Sympla


Foto: divulgação.

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