OSB Jovem se apresenta com a regente francesa Nathalie Marin

No dia 10 de novembro, às 11h, a Sala Cecília Meireles sedia mais um concerto da Orquestra Sinfônica Brasileira Jovem. Sob a batuta da regente francesa Nathalie Marin e com a participação especial das violoncelistas da OSB Emilia Valova e Lisiane de los Santos, a apresentação conta com um repertório com obras de José Maurício Nunes Garcia, Antonio Vivaldi, Claude Debussy e Darius Milhaud.

Antes de Beethoven escrever a sua Sinfonia nº 6, Pastoral, cujo quarto movimento evoca com bastante realismo os sons de uma violenta tempestade, José Maurício Nunes escrevia a sua belíssima Abertura Zemira, “Que expressa relâmpagos e trovoadas”, como anuncia o título. Não seria a única vez em que o brasileiro recriaria em música a força da natureza: sua abertura Sinfonia Tempestade, deixada incompleta, parece gozar de semelhante vocação. Mais do que mera reprodução de ruídos pluviosos, Zemira é um exercício de criatividade, erguido sobre os pilares da forma sonata.

Dentro da vasta produção de Antonio Vivaldi, o Concerto em Sol menor, RV 531 ocupa uma posição privilegiada: ele figura como a única obra concertante em que o italiano convoca dois violoncelos para a posição de solistas. A composição é marcada por intensidade emocional e pelo seu caráter expressivo, transitando com fluidez entre o frenético e o dolente.

Originalmente escrita para piano a quatro mãos, Petite Suite, de Claude Debussy, é formada por quatro movimentos que evocam cenas líricas e delicadas, características do estilo impressionista do compositor. A obra é marcada pela leveza, suavidade e pelos sons evocativos que retratam cenas pastorais. Embora simples em sua concepção, a peça revela a habilidade de Debussy em criar atmosferas através de harmonias inovadoras.

Composta em 1919 por Darius Milhaud, Le Bœuf sur le Toit (O Boi no Telhado) é inspirada na música popular brasileira, que o compositor conheceu durante sua estadia no Brasil. Inicialmente concebida como uma obra de concerto, foi adaptada para um balé com cenários e coreografia de Jean Cocteau. Com ritmos vibrantes e harmonias ousadas, a peça consiste em uma colagem de melodias brasileiras tradicionais que mistura o estilo moderno europeu com o calor tropical. O título vem de um café-concerto parisiense e reflete o espírito surrealista e bem-humorado da obra. Le Bœuf sur le Toit é marcada por uma explosão de energia, com alternância de temas rápidos e contrastes de cores instrumentais, característica da inventividade de Milhaud.


OSB Jovem

Nathalie Marin, regência
Emilia Valova, violoncelo
Lisiane de Los Santos, violoncelo

José Maurício Nunes Garcia
Abertura Zemira “Que expressa relâmpagos e trovoadas”

Antonio Vivaldi
Concerto para 2 violoncelos em Sol menor

Claude Debussy
Petite Suite

Darius Milhaud
Le Bœuf sur le Toit (O Boi no telhado)


Quando: 10 de novembro, domingo, às 11h
Onde: Sala Cecília Meireles (Rua da Lapa, 47, Lapa, Rio de Janeiro)
Ingressos: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia) / ingressos à venda na bilheteria da Sala Cecília Meireles e no site Eleven Tickets


Foto: Renato Mangolin.

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