OSPA executa sinfonia mais famosa de Rachmaninoff

O mês de abril marca os 150 anos do nascimento de um dos maiores nomes da música no Século XX: o russo Sergei Rachmaninoff. A efeméride garante ao compositor e pianista lugar de destaque na temporada 2023 da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA), fundação vinculada à Secretaria de Estado da Cultura (Sedac-RS). No segundo concerto do ciclo Rachmaninoff 150, a Orquestra executa a sua Sinfonia nº 2, além de obras de Alexander Scriabin e Joaquín Turina. A apresentação é neste sábado, 29 de abril, às 17h, na Casa da OSPA, com transmissão pelo canal da OSPA no YouTube. Os ingressos custam de R$ 10 a R$ 50 e estão à venda no Sympla

A OSPA será regida pelo espanhol José María Moreno, maestro titular da Orquestra Filarmônica de Málaga, que faz a sua primeira passagem por Porto Alegre. Já o solista convidado será o polonês Raphael Lustchevsky, que integra a lista Steinway & Sons Artists dos pianistas mais respeitados do mundo. Antes da apresentação, às 16h, o professor da UFRGS, pianista e ativista cultural Francisco Marshall analisa o repertório do dia, dentro do projeto Notas de Concerto.

O maestro José María Moreno inicia a apresentação com um compositor conterrâneo, o espanhol Joaquín Turina (1882–1949), cuja música está enraizada no folclore andaluz. A OSPA executa a sua obra mais conhecida, Danzas Fantásticas, inspirada no livro Orgía, de José Más. Segundo o maestro, ela está estruturada em três partes que aludem a tradições distintas: “a primeira, ‘Exaltación’, é uma vigorosa e animada jota (dança tipicamente espanhola), a segunda, ‘Ensueño’, é um lento zortzico (dança de origem basca) e, finalmente, a terceira, ‘Orgía’, é um final vibrante e festivo, de grande vigor rítmico, que mostra a instrumentação colorida e refinada de um autor que sempre se afastou da música folclórica comercial”.

Em seguida, Lustchevsky se junta à orquestra para tocar uma das obras mais representativas do russo Alexander Scriabin (1872–1915). Um grande virtuose ao piano, o próprio compositor estreou a obra em São Petersburgo em 1898. Lustchevsky, que já apresentou recitais solo no Theatro São Pedro e no Instituto Ling, retorna à capital gaúcha para tocar junto de uma orquestra. O pianista explica que, apesar da grande beleza, a obra é pouco conhecida: “É um dos meus concertos favoritos para piano e orquestra. Conheci quando era um garoto e ainda fico intrigado com a sonoridade exuberante e a ornamentação das suas frases musicais. Devido à sua complexidade e riqueza expressiva, a música de Scriabin não é executada com muita frequência nas salas de concerto”.

A Orquestra encerra o concerto com uma homenagem a Sergei Rachmaninoff (1873-1943). José María Moreno, que estudou regência em São Petersburgo, ressalta que a Sinfonia nº 2 é a “mais rica, densa e madura” obra do gênero no catálogo do compositor russo e mostra “uma forte inspiração épica”. Desde a estreia em 1908, em Moscou, a sinfonia conquistou o público e continua sendo muito executada pelo mundo.

José María Moreno

José María Moreno (foto de Laura Bueno)

Maestro Titular da Orquestra Filarmônica de Málaga, na Espanha, José María Moreno estudou regência na Espanha e no Conservatório Rimsky-Korsakov em São Petersburgo com M. Kukushkin. Formou-se no Conservatório de Valência, Liceo de Barcelona e Ilhas Baleares, obtendo os títulos de Direção de Orquestra, Canto, Solfejo, Piano, Harmonia, Contraponto e Composição. Já trabalhou com solistas de prestígio como Plácido Domingo, Josep Bros, Roberto Alagna e Joan Pons. Conduziu orquestras como as Sinfônicas de Berlim, Brandemburgo e Augsburgo (Alemanha), Pori (Finlândia), Carélia (Rússia), Szczecin e Lodz (Polônia). Também regeu óperas, zarzuelas, balés e concertos na China, Rússia, México, Colômbia, Alemanha, Finlândia, Itália e Portugal. Sob os ensinamentos do maestro Pedro Valencia, é pioneiro na introdução das técnicas de Hun Yuan Taichi, aplicadas à técnica de regência de orquestra.

Raphael Lustchevsky

Raphael Lustchevsky teve sua estreia artística internacional aos 16 anos, junto à Orquestra Sinfônica de Tóquio, no Japão. Desde 2001, está registrado como Steinway Artist na lista Steinway & Sons Artists’ Roster, um catálogo dos pianistas mais respeitados do mundo. Realizou sua formação musical na Polônia e na Alemanha, ao lado de grandes professores, como Andrzej Jasinski, Lazar Berman e Alexis Weissenberg. Apresentou-se em salas e teatros de renome, como Théâtre du Châtelet (Paris), Filarmônica Nacional (Polônia), Palácio das Nações da ONU (Suíça) e Suntory Hall (Tóquio). Foi premiado em vários concursos de piano, como Clara Schumann (Alemanha), Maria Canals (Espanha), Luis Sigall (Chile) e o Concurso Internacional de Piano Dinu Lipatti (Romênia).

Programa

Joaquín Turina
Danzas Fantásticas, Op. 22

Alexander Scriabin
Concerto para Piano em Fá Sustenido Menor, Op. 20

Sergei Rachmaninoff
Sinfonia nº 2 em Mi Menor, Op. 27

SERVIÇO

Orquestra Sinfônica de Porto Alegre
Direção Artística: Evandro Matté

José María Moreno, regente
Raphael Lustchevsky, piano

Rachmaninoff 150

Quando: 29 de abril, sábado, às 17h
Onde: Casa da OSPA (CAFF – Av. Borges de Medeiros, 1.501, Porto Alegre, RS)
Ingressos: de R$ 10 a R$ 50.
Descontos: ingresso solidário (com doação de 1kg de alimento), clientes Banrisul, Amigo OSPA, sócio do Clube do Assinante RBS, idoso, doador de sangue, pessoa com deficiência e acompanhante, estudante, jovem até 15 anos e ID Jovem.
Bilheteria: via Sympla em sympla.com.br/casadaospa ou na Casa da OSPA – no dia do concerto, das 12h às 17h
Estacionamento: gratuito, no local
Transmissão ao vivo: canal da OSPA no YouTube
Classificação indicativa: não recomendado para menores de 6 anos

Foto principal: Vitória Proença.