Neste sábado, 03 de junho, a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA), fundação vinculada à Secretaria de Estado da Cultura (Sedac-RS), recebe Marcelo de Jesus, diretor artístico e regente titular da Orquestra de Câmara do Amazonas. Sob sua batuta, a Sinfônica apresenta pela primeira vez E a Cidade Desperta, do compositor mineiro Harry Crowl, a última sinfonia de Joseph Haydn, Sinfonia nº 104, ‘London’, e Fantasia para Saxofone, de Heitor Villa-Lobos, com solos do saxofonista Samuel Alves. A apresentação ocorre às 17h, na Sala Sinfônica da Casa da OSPA. Os ingressos custam entre R$ 10 e R$ 50 e estão à venda no Sympla. Também é possível acompanhar a transmissão ao vivo no canal da OSPA no YouTube, gratuitamente. Antes do concerto, às 16h, o escritor Milton Ribeiro comenta a programação na Sala de Recitais, em mais uma edição do projeto Notas de Concerto.
E a Cidade Desperta, do compositor mineiro Harry Crowl (1958), abre a apresentação. A obra foi estreada em 2017 durante a IV Bienal Música Hoje, em Curitiba, e será apresentada pela primeira vez com a OSPA. A composição é inspirada no amanhecer de uma grande cidade brasileira. Marcelo de Jesus destaca a concepção e o protagonismo da percussão na obra, especialmente com os pratos suspensos e o vibrafone. Segundo o regente, que acumula experiências à frente de grandes orquestras nacionais e em prestigiosos festivais, como o Rock in Rio, a composição é “um quadro sinfônico no qual o movimento de uma cidade grande começa a tomar conta, e, gradualmente, vão surgindo na paisagem graffitis multicoloridos como se fossem gritos de um mundo asfixiado”.
Heitor Villa-Lobos (1887–1959) dedicou ao francês Marcel Mule sua Fantasia para Saxofone, W490. O músico acabou por nunca tocá-la, mas a composição se tornou uma das mais importantes do repertório para saxofone, instrumento relativamente pouco utilizado na música de concerto. Villa-Lobos escreveu 69 obras que contam com a participação deste instrumento, mas a “Fantasia” é a única em que o saxofone é destacado como solo. Para a ocasião, Samuel Alves, jovem solista de apenas 20 anos, realiza sua estreia com a OSPA, pela qual demonstra muito apreço: “Será um prazer interpretá-la à frente da OSPA. Uma experiência ímpar e a realização de um sonho”. O saxofonista destaca os inúmeros elementos da música popular brasileira na composição, além de sua tonalidade: “ela foi escrita, originalmente, na tonalidade de Fá Maior. Porém, por conta dos superagudos, Villa-Lobos a transpôs para Mi Bemol Maior, um tom abaixo, diminuindo a dificuldade da peça”.
Após aceitar uma grande oferta do violinista e empresário Johann Peter Salomon, o austríaco Joseph Haydn (1732–1809) mudou-se para Londres e compôs nove sinfonias para uma grande orquestra. A última é considerada a mais grandiosa de todas, Sinfonia nº 104 em Ré Maior, posteriormente apelidada de “Sinfonia London”. O regente Marcelo de Jesus destaca a importância que a obra possui para a consolidação das sinfonias e da música de concerto, em geral: “Haydn estava ciente do gosto internacional do público de Londres e interessado em surpreender o público com algo mais novo. Com uma orquestra com o dobro do tamanho da sua antiga, ele cumpriu sua promessa. Esta sinfonia é um marco para a tradição sinfônica da qual Haydn é considerado o grande mestre”.
Marcelo de Jesus
Graduado em composição e regência pela UNESP, Marcelo de Jesus é um dos mais atuantes regentes brasileiros. É diretor artístico e regente titular da Orquestra de Câmara do Amazonas, e maestro adjunto da Amazonas Filarmônica. Como regente convidado, merecem destaque suas atuações na Ópera da Colômbia, e à frente das orquestras Experimental de Repertório, Sinfônica de Sergipe, Sinfônica do Espírito Santo, Sinfônica de Rosário, Milano Classica, Sinfônica do Theatro da Paz, Sinfônica Municipal de Campinas, Filarmônica de Goiás e Sinfônica Brasileira. Também atuou em prestigiosos festivais como o Rock in Rio, a Temporada Lírica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e o Festival Amazonas de Ópera. Diretor dos corpos artísticos de 2011 a 2020, atualmente é Consultor Artístico da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Amazonas.
Samuel Alves
Samuel Alves iniciou seus estudos de saxofone aos 13 anos participando da Banda Sinfônica do Conservatório de Guarulhos. Desde 2019, integra a Banda Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo como primeiro Saxofone alto e chefe de naipe. Também é chefe de naipe de saxofones e primeiro saxofone Alto na Banda Sinfônica de Taubaté desde 2020. Como convidado, esteve junto de orquestras como a Orquestra GRU Sinfônica e a Orquestra Sinfônica de Heliópolis. Em sua carreira, destaca-se a conquista de diversas premiações nacionais, como o Concurso Jovens Solistas da Orquestra de Cordas da EMESP Tom Jobim (2017 e 2019), o Concurso Jovens Solistas da Banda Sinfônica Jovem do estado de São Paulo (2022), o Grande Prêmio Eleazar de Carvalho do Concurso Jovens Solistas da OSESP (2022) e o Prelúdio da TV Cultura (2022).
Programa
Harry Crowl
E a Cidade Desperta
Heitor Villa-Lobos
Fantasia para Saxofone, W490
Joseph Haydn
Sinfonia nº 104 em Ré Maior, “London”
SERVIÇO
Orquestra Sinfônica de Porto Alegre
Direção Artística: Evandro Matté
Marcelo de Jesus, regente
Samuel Alves, saxofone
Quando: 03 de junho, sábado, às 17h
Onde: Casa da OSPA (CAFF – Av. Borges de Medeiros, 1.501, Porto Alegre, RS)
Ingressos: de R$ 10 a R$ 50.
Descontos: ingresso solidário (com doação de 1kg de alimento), clientes Banrisul, Amigo OSPA, associados AAMACRS, sócio do Clube do Assinante RBS, idoso, doador de sangue, pessoa com deficiência e acompanhante, estudante, jovem até 15 anos e ID Jovem.
Bilheteria: via Sympla em sympla.com.br/casadaospa ou na Casa da OSPA – no dia do concerto, das 12h às 17h
Estacionamento: gratuito, no local
Transmissão ao vivo: canal da OSPA no YouTube
Classificação indicativa: não recomendado para menores de 6 anos
Foto principal: Vitória Proença.