De abril a agosto de 2023, grandes músicos brasileiros tocarão em hospitais no projeto Vida em Pauta, que fará apresentações de música clássica em instituições de saúde, buscando humanizar o ambiente hospitalar. A música, por suas características naturais, pode levar as pessoas a mais tranquilidade e alento, pode chegar como um presente ou um bálsamo nesse momento delicado.
Os músicos participantes se apresentarão em duos e trios para fazer os percursos nos hospitais Instituto da Criança e do Adolescente, Instituto de Atendimento Médico ao Servidor Público do Estado de São Paulo, Premier Hospital e Instituto do Câncer do Estado de São Paulo. A realização é da Interarte. Vida em Pauta foi contemplado pela Lei Rouanet e teve o patrocínio da Drogasil. “Investir em ações inovadoras, como a música clássica nos hospitais, é estar atento às novas necessidades da sociedade moderna, que se utiliza da arte para se humanizar”, explica Sergio Melardi, idealizador do projeto.
Os músicos que participam do Vida em Pauta são: os violinistas Camila Picasso, Cláudio Micheletti, Denise Fukuda, Gabriel Curalov, Ivan Dantas, Karen Hanai e Márcia Fukuda; o violista Marcos Fukuda; os violoncelistas Diego Mesquita, Ricardo Fukuda e Thiago Cordeiro; e a violonista Luísa da Costa Rezende. Durante a semana os músicos farão percursos nos hospitais, tocando nos espaços de geriatria, pediatria, quimioterapia, hematologia, radioterapia, entre outros.
O projeto realizará oito concertos de música de câmara com a Orquestra Vida em Pauta. As apresentações serão nos hospitais, gratuitas e abertos ao público.
Artistas de alto nível realizarão apresentações com obras eruditas, dentro de um repertório culturalmente acessível, especialmente escolhido para diminuir ansiedades e trazer equilíbrio ao hospitalizado, utilizando instrumentos cuja frequência e timbre sonoro sejam absorvidos de maneira fácil e não invasiva pelos ouvintes.
As interações musicais ocorrerão em parceria com a equipe hospitalar, e os músicos serão devidamente preparados para tocar em ambientes de saúde, respeitando todas as normas relativas à permanência no hospital. Todos os envolvidos no projeto encontraram-se com especialistas, médicos, técnicos, para compreender todo o contexto dos hospitais, pacientes e familiares nesse momento delicado, onde tiveram orientações específicas para a interação eficiente com os pacientes, e também dinâmicas de reflexão sobre o trabalho que será realizado.
Estudos publicados por profissionais da Scientific America, das Universidades de Helsinki e Aalto (Finlândia) e da Consonance Music USA, dentre outros, demonstram a capacidade da música dos grandes mestres, principalmente a música de Bach e Mozart, de serem indutores de transformações profundas no cérebro, auxiliando a recuperação de pacientes, principalmente quando utilizada de maneira contínua e recorrente.
A música clássica é uma das formas de arte mais ricas e profundas que influenciam os seres humanos. Uma simples melodia é capaz de emocionar as pessoas, trazendo sentimentos, emoções, lembranças e prazeres. A arte, dentre os seus diversos significados, consegue aprimorar a comunicação não verbal, pois a marca que o artista deixou em uma obra pode trazer significado para quem a escuta, mesmo que ela tenha sido criada há 300 anos. Investir em práticas musicais em hospitais é uma afirmação pública da existência de uma preocupação com o bem-estar geral, social e cultural.
Pesquisas nacionais sobre os efeitos da música nos hospitais apontam que ações musicais atuam no paciente internado, na diminuição do nível de ansiedade, da dor e de sintomas depressivos. Os resultados indicam a importância da música para o ambiente hospitalar, e alertam sobre a necessidade de mais investigações sobre as intervenções musicais nos hospitais (CAMPOS, NAKASU, 2016).
Foto: divulgação.