Nos dias 20 e 21 de julho, um grupo de cordas da Orquestra Sinfônica Brasileira sobe ao palco do Teatro da Câmara da Cidade das Artes para mais um concerto da Série Músicos da OSB. O conjunto de músicos interpreta obras de Johannes Brahms e Felix Mendelssohn. No domingo, a apresentação será no formato Concertos para a Juventude – apresentações comentadas com cunho didático.
Em parte afetado por seu severo perfeccionismo, em parte assombrado pelo fantasma de Beethoven, Johannes Brahms levou alguns anos até trazer a público os seus ensaios em certos gêneros consagrados de composição. Sua primeira sinfonia começou a ser concebida no início da década de 1850, mas só foi de fato concluída em 1876; seus primeiros quartetos de cordas, publicados em 1873, foram antecedidos por outros 20, todos descartados por não serem bons o bastante segundo a severa autocrítica do compositor. Por conta desses obstáculos psicológicos, certas formações musicais menos exploradas acabaram por se revelar um território mais propício para a imaginação criativa de Brahms, como atesta o seu Sexteto nº 1, Op. 18, que abre estes concertos da Orquestra Sinfônica Brasileira. A composição consorcia o sofisticado rigor formal do jovem alemão com certo frescor e espontaneidade reminiscente dos divertimenti clássicos, resultando em uma criação de profundo equilíbrio.
Na obra que será ouvida em seguida, surpreende o contraste entre a qualidade do conteúdo musical e a pouca idade de seu criador: Felix Mendelssohn tinha apenas 16 anos quando completou o seu Octeto em Mi Bemol Maior, Op. 20. Embora à primeira vista a composição possa sugerir ser fruto de pura e absoluta inspiração, sabe-se que Mendelssohn trabalhou exaustivamente nela, mesmo após a sua publicação, em 1832. Para escrever esta obra-prima – por vezes apontada como ponto inicial da sua maturidade artística –, Mendelssohn tomou por modelo o Quarteto Duplo Op. 65, de Louis Spohr. No entanto, enquanto esta obra apresenta uma natureza antifonal, o Octeto revela certa vocação sinfônica: o próprio compositor indica na partitura que a peça deve ser “tocada por todos os instrumentos no estilo de uma sinfonia”.
PROGRAMA
Orquestra Sinfônica Brasileira
Série Músicos da OSB
Johannes Brahms
Sexteto nº 1, Op. 18
INTERVALO
Felix Mendelssohn
Octeto em Mi Bemol Maior, Op. 20
Observação: no dia 21/07 (Concertos para a Juventude), o programa se repete, mas com a interpretação de apenas dois movimentos de cada uma das obras.
SERVIÇO
Quando: 20 de julho, sábado, às 19h
Ingressos: R$ 50,00 (R$ 25 meia)
Quando: 21 de julho, domingo, às 11h – Concertos para a Juventude
Ingressos: R$ 20,00 (R$ 10 meia)
Onde: Cidade das Artes | Teatro de Câmara (Av. das Américas, nº 5.300, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro)
Ingressos à venda na bilheteria da Cidade das Artes e no site Sympla
Foto: Marina Andrade.