Surge uma nova orquestra no Rio de Janeiro

A cidade do Rio de Janeiro passará a ter uma “orquestra própria” a partir de junho. Do encontro entre três amigos em uma mesa de bar em Copacabana, Zona Sul da cidade, admirando uma linda tarde do verão carioca, mais precisamente no dia 27 de janeiro, nasceu a Orquestra Rio Villarmônica. A ocasião fortuita reuniu os regentes Tobias Volkmann, Mario Barcelos, e a produtora Isabel Zagury, que juntos combinam, além de elementos circunstanciais, a paixão pela cidade do Rio, principal identidade da orquestra. Além de homenagear poeticamente o compositor Villa-Lobos, a orquestra nasceu em uma data bem especial, nascimento de Mozart, outra forte inspiração do grupo, que fará a sua estreia festejando ambos os compositores no dia 11 de junho, sábado, às 19h, na Cidade das Artes.

Com uma carreira que já o levou a reger mais de 30 orquestras na Europa, Estados Unidos e América do Sul, Tobias Volkmann, diretor artístico da Rio Villarmônica, não esconde o entusiasmo e satisfação, considerando este surgimento como “produto de uma certa casualidade e de um feliz encontro: duas amizades recentes que fiz se revelaram uma parceria perfeita para a realização de um sonho pessoal, que venho alimentando há algum tempo”. Buscando criar algo novo para o Rio – o regente gaúcho adotou a cidade como morada há 23 anos –, Volkmann ressalta a atual necessidade de “um sopro de vida e renovação na cena cultural após o processo doloroso dos últimos anos” e destaca a importância de uma orquestra em “despertar o senso de pertencimento nos cariocas, um sentimento de ter uma orquestra para chamar de sua!”

Também regente, Mario Barcelos, diretor geral da Rio Villarmônica, reforça as inspirações em Mozart e Villa-Lobos, que, além de apaixonados e irreverentes, “eram operários da Arte. Quando pensamos e criamos a Villarmônica queríamos trabalhar, criar, fazer. Nossos concertos serão sempre o fruto do nosso trabalho e da nossa paixão”, complementa. Nome tarimbado na produção de eventos, principalmente de música, a diretora de produção Isabel Zagury já há algum tempo buscava se aproximar do mundo sinfônico. Para Zagury, o nascimento da Orquestra Rio Villarmônica possui elevado valor pessoal: “sempre fui produtora, nunca idealizadora, sempre fui apenas ferramenta, poucas vezes tive a oportunidade de dar a minha opinião sobre a parte artística”, afirma. “Tive a oportunidade de conhecer o Mário e me aproximar do Tobias numa época de pouquíssima produção cultural por causa da pandemia… descobrimos uma amizade com toques musicais e então resolvemos tirar nossos sonhos dos guardanapos de boteco”, brinca.

Assim, o concerto de estreia da Orquestra Rio Villarmônica, além de carregar em si tais desejos e idealismos tão intrínsecos, será dedicado a Mozart e Villa-Lobos, os grandes mestres que compõem a identidade do novo grupo, apresentando algumas de suas obras mais representativas e de conhecimento do grande público. Da série Bachianas Brasileiras, a Rio Villarmônica apresentará a nº 9, “instigante e desafiadora ao ouvinte e aos músicos, mas com o inconfundível arrebatamento final tão característico do grande Villa”, ressalta Volkmann. De Mozart, apresentarão o Concerto para clarinete (uma de suas últimas obras e que tem algumas das mais belas melodias já escritas) e a Sinfonia nº 40, que para o regente é “certamente uma das sinfonias mais conhecidas de todo o repertório e amada por iniciados e iniciantes no mundo da música sinfônica”.

Orquestra Rio Villarmônica

Local: Cidade das Artes, Rio de Janeiro (RJ)

Data: 11 de junho de 2022
Horário: 19h

Ingressos: R$ 50,00 (R$ 25,00 meia-entrada). Ingressos à venda na bilheteria da Cidade das Artes e no site Sympla.

Regência: Tobias Volkmann
Solista: Tiago Teixeira, clarinete

PROGRAMA

Heitor Villa-Lobos Bachianas Brasileiras nº 9

Wolfgang A. Mozart – Concerto para clarinete em lá maior, K. 622
Sinfonia nº 40 em sol menor, K. 550

Foto do post: Marcos Martinez.

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