The Black Roots Ensemble estreia no Rio de Janeiro

Três cantores líricos brasileiros se uniram para criar o The Black Roots Ensemble, grupo que estreará neste mês de junho com apresentações no Rio de Janeiro e em Niterói. Seus integrantes são a soprano Marly Montoni, o tenor Jean William e o baixo Luiz-Ottavio Faria. Os cantores serão acompanhados ao piano por Olga Bakali.

Luiz-Ottavio Faria já integrou grupos semelhantes nos EUA, e sempre teve em mente organizar um conjunto que se dedicasse a cantar, no Brasil ou em qualquer outro lugar, não somente canções do repertório Negro Spiritual, mas também canções brasileiras. Assim, no repertório das apresentações, estarão árias de óperas, negro spirituals e canções brasileiras.

Quando e onde?

A primeira apresentação acontecerá no dia 07 de junho, quarta-feira, às 12:30h, no Centro Cultural Banco do Brasil, pelo projeto Música no Museu, com entrada franca. Depois, no dia 09 de junho, sexta-feira, o grupo se apresenta às 19h na Sala Cecília Meireles. Por fim, nos dias 10 e 11 de junho, respectivamente sábado e domingo, será a vez de se apresentarem no Theatro Municipal de Niterói. Nas apresentações na Sala Cecília Meireles e em Niterói, os ingressos sairão a R$ 40,00 (meia-entrada R$ 20,00).

Luiz-Ottavio Faria

O baixo Luiz-Ottavio Faria, natural do Rio de Janeiro, estudou música e canto lírico na prestigiosa The Juilliard School of Music, de Nova York. Foi também aluno da Escola de Música Villa-Lobos, do Conservatório Brasileiro de Música e da Universidade do Rio de Janeiro, além de frequentar o American Institute of Music Studies, AIMS, na Áustria.

A estreia de Luiz-Ottavio Faria no teatro lírico aconteceu na ópera Un Ballo in Maschera, de Verdi, no papel de Tommaso, ao lado do tenor Carlo Bergonzi e do barítono Fernando Teixeira, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com temporada estendida para o Theatro Municipal de São Paulo. Mais tarde, cantou Commendatore (Don Giovanni), Ramfis (Aida), Sparafucile (Rigoletto), Sarastro (Die Zauberflöte), Colline (La Bohème), Banquo (Macbeth), Oroveso (Norma), Zaccaria (Nabucco) e Timur (Turandot). 

Em 2018, interpretou Jacopo Fiesco, da ópera Simon Boccanera, no Teatro Comunale di Bologna, na Itália, e em maio do mesmo ano foi Zaccaria na ópera Nabucco, no Teatro Montpellier, na França. Em 2019, foi Timur, em Turandot, na Ópera de Toulon, na França. Esteve em Omã, na Península Arábica, interpretando Sarastro, personagem da ópera A Flauta Mágica, de Mozart, com direção musical de Diego Fasolis e direção cênica de Davide Livermore. Cantou também Don Carlo no Teatro Colón, em La Coruña, Espanha, ao lado do baixo italiano Ferruccio Furlanetto.

Ainda em 2019, esteve no Brasil para interpretar Sparafucile, na ópera Rigoletto, de Verdi, sob a regência de Roberto Minczuk e direção de Jorge Takla no Theatro Municipal em São Paulo. Em nova produção de Takla, cantou a mesma ópera no Teatro Solis, de Montevidéu, no Uruguai, sob regência de Martin Jorge, e participou do XXII Festival Amazonas de Ópera, interpretando Don Ruy Gomes na versão em forma de concerto da ópera Ernani, de Verdi, no Teatro Amazonas, sob regência de Luiz Fernando Malheiro.

Em janeiro de 2020, em Muscat, Sultanato de Omã, interpretou Sarastro, na ópera A Flauta Mágica, de Mozart, com o grupo de câmara italiano I Barocchisti, no Royal Opera House Muscat. Cantou também em Portugal, interpretando Stromminger, da ópera La Wally, no Teatro São Carlos de Lisboa, em forma de concerto, com Direção Musical de Antonio Pirolli.

Em 2021, Faria integra o elenco de I Puritani, no Festival de Opera de La Coruña, na Espanha, volta a interpretar Sparafucile, de Rigoletto, com a Ópera Nacional de Montpellier, na França, com direção musical de Roderick Cox, e interpreta Trulove, no elenco de The Rake’s Progress, no Theatro Municipal de São Paulo.  Em maio de 2022, canta a 9ª Sinfonia, de Beethoven, com a Detroit Symphony Orchestra, sob regência de Jader Bignamini.

Recentemente, participou da produção de O Rapto do Serralho, ópera de Mozart, no Theatro São Pedro, em São Paulo, com grande sucesso, sob as direções artística e musical de Jorge Takla e do maestro Cláudio Cruz, e da apresentação do Réquiem, de Verdi, na catedral de Milão. Ainda este ano, o artista cantará no Theatro Municipal de São Paulo a parte de Daland, na ópera O Navio Fantasma, de Wagner, além do Réquiem, de Verdi.

Marly Montoni

Marly Montoni fez a sua estreia internacional em Nicósia, Chipre, pela Pharos Artist Foundation, em 2022. Estreou no Theatro Municipal de São Paulo em 2017 como Leonora, em Fidelio, de Beethoven. Voltou ao TMSP para interpretar Abigaille, em Nabucco, de Verdi, Liú, em Turandot, de Puccini, Anne, em The Rake’s Progress, de Stravinsky, e Aida, na ópera homônima de Verdi. Também como solista, apresentou-se na obra El Niño, de John Adams, e na estreia paulistana do Requiem, de Andrew Lloyd Weber, Meia Lágrima, de Elodie Bouny, e Icamiabas, de João Guilherme Ripper.

Foi protagonista em Porgy and Bess, de G. Gershwin, no Palácio da Artes, de Belo Horizonte, e integrou o Elenco Estável do Theatro São Pedro, onde cantou os papéis de Odaleia, em Condor, de C. Gomes; Wally, em La Wally, de A. Catalani; Rainha Elisabetta, em Roberto Devereux, de G. Donizetti, e a segunda Serva de Der Zwerg, de Zemlinsk. Estreou o papel de Cio-cio San, em Madame Butterfly, de Giacomo Puccini, no Teatro Sérgio Cardoso.

Performances anteriores no Theatro São Pedro incluem a estreia mundial de O Espelho, de Jorge Antunes, como Eufrásia; Fosca (C. Gomes); Bodas no Monastério (Prokofiev); The Telephone (G. C. Menotti). Cantou também com a Orquestra Sinfônica de Campinas e, em 2014, interpretou Violet, da ópera Blue Monday, de G. Gershwin, no Festival de Ópera do Theatro da Paz, em Belém.

Tem trabalhado sob a direção musical de Roberto Minczuk, Silvio Viegas, Luiz Fernando Malheiro, André dos Santos, Lígia Amadio, Pedro Messias, Abel Rocha, Gabriel Rhein-Schirato, Fábio Mechetti, Carlos Prazeres, e sob direção cênica de Caetano Vilela, William Pereira, André Heller- Lopes, Cleber Papa e Juliana Santos.

Marly Montoni é bacharel em canto pela Universidade Cruzeiro do Sul, e pós-graduada em canto e expressão pelo Instituto Alpha- FACEC. Aperfeiçoou-se com o tenor Antonio Lotti e fez coaching de repertório com Rafael Andrade.

Marly Montoni, Jean William, Luiz-Ottavio Faria e Olga Bakali

Jean William

Jean William é formado pela ECA-USP, campus de Ribeirão Preto. Atualmente é aluno do barítono italiano Davide Rocca. Participou de importantes festivais e masterclasses com nomes como Luciana Serra, Ernesto Palacio, Juan Diego Florez, Fernando Portari, Ricardo Ballestero e Rosana Lamosa, entre outros. Em 2012, apresentou-se no Lincoln Center, de Nova York (Avery Fisher Hall), cantando obras de Villa-Lobos.

Desde o início de sua trajetória profissional cantou em óperas e concertos dentro e fora do Brasil: Réquiem, de Mozart; Nona Sinfonia, de Beethoven; La Regina delle Nevi, de Valtinoni; The Messiah, de Händel; Gloria, de Puccini, além de montagens de óperas como Il Matrimonio Segreto, de Cimarosa; L’ Elisir d’Amore, de Donizetti; O Amor das Três3 Laranjas, de Prokofiev, e O Rapto do Serralho, de Mozart (na primeira montagem encenada desta ópera no Brasil).

Jean William possui um forte vínculo com os mais diversos repertórios, tendo inclusive gravado um disco duplo intitulado Dois Atos, onde canta obras brasileiras, como Amor em lágrimas, de Cláudio Santoro, e O poema dos olhos da amada, de Vinícius de Moraes.

Dedica-se também ao repertório internacional, cantando trechos de ópera, participou de um álbum que conta com importantes e célebres convidados, como Andre Mehmari, Jacques Morelenbaum, Nélson Ayres, Martinho Lutero Gallati, João Carlos Martins, Fafá de Belém e Mônica Salmaso, entre outros.

Em 2013, cantou para o Papa Francisco em sua primeira visita ao Brasil. Em 2018, apresentou-se na Ópera de Montecarlo a convite do Príncipe Albert II. Engaja-se constantemente na democratização da arte e da cultura, tendo recebido o prêmio Talent at work, da Pirelli Artes Foundation, em Milão.

Em Barrinha, sua cidade de origem, o artista foi honrosamente homenageado dando seu nome ao Teatro Municipal da cidade.

Olga Bakali

Olga Bakali nasceu em Atenas, Grécia, onde se formou no Conservatório Grego de Música em piano e voz, com honras.

Recebeu vários prêmios, incluindo uma bolsa de estudos do concurso Vinas, em Barcelona, Espanha; no Fulbright Grant, o Prêmio Simegiatos para as Artes Cênicas; Prêmio Franco Gentilesca e também subsídios e bolsas de estudo da União Europeia, que lhe permitiram estudar com artistas ilustres como Kostas Paskalis, Luigi Alva, Ileana Cotrubas e outros.

Representou a Grécia como uma jovem voz wagneriana na competição realizada anualmente em Bayreuth. Cantou na Ópera Nacional da Grécia, no Athens Megaron Concert Hall, no Festival Internacional de Atenas, na Ópera Estatal de Nova Jersey, na Ópera Regina, na Ópera dos Hamptons, na Ópera de Salônica, na Ópera de Harrisburg e na Ópera Brasil, que lhe permitiu cantar, em sete capitais diferentes do Brasil, a ópera Lo Schiavo, de C. Gomes, substituindo Aprile Millo.

Também cantou com importantes orquestras, como a Filarmônica de Dresden, e ao lado de colegas como Giuseppe Giacomini, Hildergard Behrens, Leo Nucci, Alain Fondary e outros. Colaborou com maestros como Eugene Kohn, Ralf Weikert, Miltiades Carides, Lukas Karytinos.

Programa

Primeira parte*: trechos das óperas Fosca e Salvator Rosa (de Carlos Gomes), O Elixir do Amor (de Gaetano Donizetti), Porgy and Bess (de George Gershwin), Mefistofele (de Arrigo Boito), A Força do Destino (de Giuseppe Verdi), O Rapto do Serralho (de Mozart) e Fausto (de Charles Gounod).

Segunda parte: spirituals e canções brasileiras de Heitor Villa-Lobos e Carlos Gomes, dentre outros autores.

* No Centro Cultural Banco do Brasil (Música no Museu), será apresentada apenas a segunda parte do programa acima.

Imagem: divulgação.

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