Theatro São Pedro apresenta “Pierrot Lunaire” em versão cênica

No mês de setembro, a temporada de música de câmara do Theatro São Pedro – equipamento cultural da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerido pela Santa Marcelina Cultura – traz um programa especial que celebra os 150 anos de nascimento do compositor Arnold Schönberg (1874-1951): o espetáculo Pierrot Lunaire será apresentado nos dias 14 (sábado, às 20h) e 15 (domingo, às 17h), sob a regência de Ricardo Bologna, tendo a presença da solista Laiana Oliveira e dos bailarinos da Studio3 Cia de Dança, com coreografia de Anselmo Zolla. Caetano Vilela assina a encenação e a iluminação.

O programa visa destacar a importância e a inventividade da escrita de Schönberg, que serviu de base e inspiração para inúmeras composições no século XX e segue influenciando a música do século XXI. Por isso, a abertura do espetáculo será com a obra A Palavra, invocação para uma língua que revive, da compositora brasileira Michelle Agnes (1979-), que também traz experimentos com a linguagem musical e apresenta texto da escritora brasileira Micheliny Verunshk (1972-).

Composta por Schönberg em 1912, Pierrot Lunaire é uma peça baseada em 21 poemas do ciclo Pierrot Lunaire: Rondels Bergamasques, de Albert Giraud. A obra foi escrita para soprano e um pequeno conjunto de câmara (com flauta, clarinete, violino, violoncelo e piano), sendo um marco na história da música, especialmente pela sua técnica vocal inovadora, como explica o regente Ricardo Bologna:

“É uma obra magnífica, referência na história da música ocidental. Primeiramente, Schönberg se vale de um grupo de câmara menor, uma mudança radical em relação às grandes formações orquestrais da época, e utiliza a voz de forma mais declamatória, com a técnica que ele desenvolveu chamada ‘sprechgesang’, ou canto falado, em que a cantora mescla declamação e canto, o que foi algo muito inovador. A composição de Michelle Agnes também é bastante inovadora, com um pequeno grupo de música de câmara, mas uma formação ainda mais diferenciada, por usar guitarra elétrica”, explica.

Responsável pela encenação e a iluminação, Caetano Vilela destaca que as obras possuem mais diferenças do que semelhanças, apesar do experimento da linguagem musical. “Cenicamente, optei pela participação de bailarinos em ‘Pierrot Lunaire’, com coreografia de Anselmo Zola, para expandir no corpo dos bailarinos os sentimentos de amor e morte da personagem. Nisso, a luz é determinante nas atmosferas lunares e terrestres que acompanham a narrativa seca. Já em ‘A Palavra, invocação para uma língua que revive’, deixei o experimento musical falar mais alto, devido à própria concepção musical e dificuldade vocal, motivo pelo qual a cantora seguirá um caminho onde as partituras musicais estarão espalhadas pelo palco”, diz ele, salientando que o que une cenograficamente os números é um imenso pano de fundo com transparência e efeitos espelhados, que tanto pode representar o espaço sideral de Pierrot Lunaire quanto a paisagem concreta evocada no poema de Micheliny Verunschk para A Palavra, invocação para uma língua que revive.


Pierrot Lunaire 

Músicos da Orquestra do Theatro São Pedro
Studio 3 Cia de Dança 

Ricardo Bologna, regência
Caetano Vilela, encenação e iluminação
Anselmo Zolla, coreografia
Laiana Oliveira, solista   

Michelle Agnes
A Palavra, invocação para uma língua que revive [texto de Micheliny Verunshk] 

INTERVALO

Arnold Schönberg
Pierrot Lunaire, Op. 21


Ensaio geral aberto e gratuito: 13 de setembro, sexta-feira, 19h
Apresentações: 14 de setembro, sábado, às 20h / 15 de setembro, domingo, às 17h
Onde: Theatro São Pedro (Rua Barra Funda, 171, São Paulo)
Ingressos: R$ 35 (meia) e R$ 70 (inteira) / à venda em https://feverup.com/m/161408
Classificação etária: livre
Duração: 71 minutos (com intervalo)
Transmissão: a apresentação do dia 14/09 será também transmitida ao vivo, gratuitamente, pelo canal de YouTube do Theatro São Pedro  


Foto: Íris Zanetti.

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