Vertentes Modernistas – 100 anos da Semana de Arte de 22

O concerto Vertentes Modernistas – 100 Anos da Semana de Arte de 22, com direção musical e regência de Priscila Bomfim e tendo como solistas a soprano Chiara Santoro e a mezzosoprano Luciana Costa et Silva, acompanhadas por uma orquestra de 16 musicistas mulheres, terá apresentação única na quarta-feira, dia 15 de fevereiro, às 19h, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Os ingressos, a preços populares, custam R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia) em todos os setores e já estão à venda.

Vertentes Modernistas é um concerto que celebra o centenário da Semana de Arte Moderna, enfatizando o seu impacto artístico e cultural ao longo do último século na música brasileira, por meio de canções com versões totalmente inéditas para voz e orquestra. 

O repertório é inteiramente composto por obras brasileiras do movimento de 22 e de compositores influenciados pelos modernistas. Com arranjos de Tibor Fittel, o concerto inclui canções de Ernani Braga, Claudio Santoro, Francisco Mignone e Almeida Prado, e de compositores atuais como Ronaldo Miranda, Ricardo Tacuchian e João Guilherme Ripper. O programa também terá duas canções das compositoras Leticia de Figueiredo e Olga Pedrário, arranjadas pela compositora paulista Juliana Ripke. Além disso, o público poderá apreciar a estreia mundial do ciclo Aceitação e Chegada, do compositor Guilherme Bernstein. 

Guilherme Bernstein é regente e compositor, professor na UNIRIO. A peça Aceitação e Chegada era originalmente um ciclo de duas canções para voz e piano e que ele orquestrou especialmente para este concerto.

A idealização do concerto é de Chiara Santoro, Luciana Costa et Silva e Marina Considera, a direção musical e regência são de Priscila Bomfim. A realização do espetáculo é da Euterpe Cultural, através dos recursos do Edital Municipal em Cena, promovido pela Fundação do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Em fevereiro de 1922, acontecia no Teatro Municipal de São Paulo a memorável Semana de Arte Moderna. O movimento contava com uma geração de artistas e intelectuais dispostos a romper com a tradição do academicismo por meio da modernização das linguagens artísticas, com a necessidade de um caráter essencialmente nacional. Chamados de “futuristas”, estes brasileiros questionaram a estética vigente e o papel subjetivo do público na apreciação da arte em suas diferentes manifestações.

Quais os frutos deste movimento artístico na arte atual? Como as gerações seguintes incorporaram as diretrizes artísticas de Mário de Andrade ao longo dos últimos 100 anos? Como construir uma identidade musical brasileira neste novo e globalizado milênio? O espetáculo Vertentes Modernistas tem como objetivo responder a estas perguntas de forma dinâmica e artística.

Priscila Bomfim, direção musical e regência

Priscila Bomfim foi a primeira mulher e diretora musical a reger óperas da temporada oficial do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Em 2021, regeu concertos com as Orquestra Petrobras Sinfônica – OPES (RJ), Orquestra Sinfônica Brasileira – OSB (RJ), Orquestra Sinfônica de Porto Alegre – OSPA (RS), Academia de Ópera do Theatro São Pedro (SP) e o concerto de reinauguração do Teatro Copacabana Palace (RJ), além dos espetáculos Armida, Arianna a Naxos, Pierrot Lunaire (RJ). Em 2022, regeu a ópera Carmen em concerto com a Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do RJ, a estreia de óperas inéditas dos compositores Mario Ferraro, Armando Lôbo, Arrigo Barnabé e Tim Rescala, o Concerto em celebração aos 100 anos de Renata Tebaldi com a Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB) e a zarzuela El Barberillo de Lavapiés, no Theatro São Pedro, em São Paulo, dentre outros concertos. Participou da fundação da Orquestra Sinfônica de Mulheres do Brasil e é regente da Orquestra Sinfônica Juvenil Carioca Chiquinha Gonzaga, formada exclusivamente por alunas da rede pública, que em 2022 se apresentou em turnê por Portugal e Espanha. Foi uma das seis regentes escolhidas internacionalmente para participar da 4ª Residência do Linda and Mitch Hart Institute para Mulheres Regentes – The Dallas Opera (Texas/EUA), em 2018. Priscila é pianista e regente no Theatro Municipal do Rio de Janeiro e graduou-se na Universidade Federal do Rio de Janeiro em Piano e Regência Orquestral. É Mestre em Performance em Piano, com um relevante trabalho publicado sobre Leitura à Primeira Vista. Priscila nasceu em Braga, Portugal, onde iniciou seus estudos musicais e venceu seu primeiro concurso de piano.

Chiara Santoro, soprano

Chiara Santoro é bacharel em canto pela UniRio, com pós-graduação no Conservatório Santa Cecília de Roma. Concluiu o Biennio com nota máxima e menção de louvor. Venceu o 1º prêmio no VII Concorso Nazionale di Canto A.Gi.Mus, em Roma, e o prêmio de “Melhor Interpretação” no VII Concorso Principessa Trivulzio, em Milão. Foi vencedora do 1º Concurso de Canto Lírico Joaquina Lapinha, em São Paulo. Aperfeiçoou-se no Opera Studio da Accademia Nazionale di Santa Cecilia, com Renata Scotto, na Itália, e, na França, com Teresa Berganza no Festival de Bougival. Integrou a Academia de Ópera do Theatro São Pedro em São Paulo, onde debutou como “A Moça” na ópera inédita O menino e a liberdade, de Ronaldo Miranda,  regida por Roberto Duarte e com direção de Mauro Wrona; e como Nannetta em Falstaff, de Verdi, regida por Emiliano Patarra e com direção cênica de Stefano Vizzioli, entre outros inúmeros recitais e concertos. Em suas performances destaca-se o repertório mozartiano: Susanna em As Bodas de Fígaro, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com regência de Tobias Volkmann e direção de Livia Sabag; Aminta em Il Re Pastore, com a OSB Ópera & Repertório, regida por Henrique Morelenbaum; Bastien und Bastienne, no papel título com a Atlantis Opera Orchestra, com regência de Evandro Rodriguese na Cidade das Artes; Pamina em A Flauta Mágica (Rome Festival Orchestra), na Itália; e, na Alemanha, como solista no Requiem, com a Praga Simphonietta, e Litaniae di Altaris  Venerabilis, com a Sinfônica de Karlovy Vary. Cantou no Theatro São Pedro de Porto Alegre como Valencianne em A Viúva Alegre, com a OSPA, regida por Evandro Matté e com direção cênica de William Pereira; e no Festival de Música Erudita do Espírito Santo em Carmen, de Bizet, como Frasquita, com regência de Gabriel Rhein-Schirato e direção cênica de Menelick de Carvalho. Dedica-se ao repertório de câmara brasileiro, e já apresentou recitais de canções brasileiras com a colaboração de diversos pianistas: Castelo Ruspoli em Vignanello, na Itália, com Mario Montore; Teatro Keiros, em Roma, com Eugenia Tamburri; Theatro São Pedro, em São Paulo, com Daniel Gonçalves; Festival de Música de Santa Catarina na UFSC, com Helena Scheffel; 59º Festival Villa-Lobos, com Maria Luisa Lundberg; e, mais recentemente, no Festival MIMO na Cidade do Porto, em Portugal, com o pianista Fabio Centanni.

Luciana Costa et Silva, mezzosoprano

Mestre em Ópera pela Royal Scottish Academy of Music and Drama, com o patrocínio da bolsa de estudos RSAMD Endowment Trust e Mestre em Voice Performance pela Guildhall School of Music and Drama com bolsa da CAPES. Obteve o Primeiro Lugar dos Concursos de Canto: Amália Conde, no Rio de Janeiro; Academia Vocalis Tirolensis, em Wörgl (Áustria); The Margret Dick Award, em Glasgow (Escócia). Foi regida por maestros renomados, destacando-se: Ligia Amadio, Christian Corning, Roberto Duarte, Isaac Karabtchevsky, Luiz Fernando Malheiro, Roberto Minczuk, Carlos Moreno, Guillermo Scarabino, Silvio Viegas, Tobias Volkmann, dentre outros. Apresentou-se em diversos festivais de música clássica, entre eles: Festival Internacional de Sarrebourg, na França; Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga de Juiz de Fora, em Minas Gerais; Festival Vale do Café, Rio de Janeiro; Festival Amazonas de Ópera, no Amazonas. Dentre os papéis em óperas que executou, destacam-se: Mensageira, em L’Orfeo, de Monteverdi; Orfeo, em Orfeo ed Euridice, de Glück; Cherubino, em Le Nozze di Figaro, de Mozart; Hermia, em A Midsummer Night’s Dream, de Britten; Sméraldine, em L’Amour des Trois Oranges, de Prokofiev; Sertaneja e Íris, em Chagas, de Silvio Barbato e Alexandre Schubert. Em concerto, atuou em: Gloria, de Vivaldi; Stabat Mater, de Pergolesi; Messiah, de Handel; Missa em Si Menor, de Bach; Requiem, de Mozart; Nona Sinfonia, de Beethoven; Lobgesang, de Mendelssohn; El Amor Brujo, de De Falla; Les Noces, de Stravinsky. Desde 2002, Luciana dedica-se ao repertório de câmara internacional e à música brasileira de concerto.

PROGRAMA

Arranjos de Tibor Fittel

Ouve o silêncio
Claudio Santoro (1919-1989)
Texto de Vinicius de Moraes (1913-1980)

Tríptico
Ronaldo Miranda (1948)
Texto de Mário de Andrade (1893-1945)

Engenho Novo
Ernani Braga (1888-1948)
Texto de Canção folclórica nordestina

São João Dararão
Ernani Braga (1888-1948)
Texto de Canção folclórica nordestina

 Sinfonia do Morro
Letícia de Figueiredo (1910-1990)
Texto de Alberto Heckesher (?)

*arranjo de Juliana Ripke 

Trem de Ferro
José Almeida Prado (1943-2010)
Texto de Manuel Bandeira (1886-1968)

Oração para Denise (do ciclo Portinari)
João Guilherme Ripper (1959)
Texto de Candido Portinari (1903-1962)

Eu
Olga Pedrário
Texto de Florbela Espanca (1894-1930)

*arranjo orquestral de Juliana Ripke

Nayá (Canção regional amazônica)
Waldemar Henrique (1905-1995)
Música e texto

Cantiga de Ninar
Francisco Mignone (1897-1986)
Texto de Sybika (Sylvia Autuori) (?)

Dona Janaína
Francisco Mignone (1897-1986)
Texto de Manuel Bandeira (1886-1968)

Aceitação e chegada (ESTREIA MUNDIAL)
Guilherme Berstein (1968)
Música e texto

Festa no brejo
Guerra-Peixe (1914-1993)
Texto de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)

Berimbau
Ricardo Tacuchian (1939)
Texto de Manuel Bandeira (1886-1968)

Canção do Violeiro
Edino Krieger (1928-2022)
Texto de Castro Alves (1847-1871)

SERVIÇO

Vertentes Modernistas – 100 Anos da Semana de Arte de 22

Direção musical e regência: Priscila Bomfim
Solistas: Chiara Santos (soprano) e Luciana Costa et Silva (mezzosoprano)
Orquestra formada por 16 musicistas mulheres 

Dia 15 de fevereiro, quarta-feira, às 19h
Theatro Municipal do Rio de Janeiro 
Praça Floriano, s/n, Cinelândia – Centro
Ingressos disponíveis na bilheteria do Theatro ou por meio deste link: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia) em todos os setores.

Foto: Ana Clara Miranda.