Criada de forma independente em maio de 2022, com a promessa de integrar profissionais da área e também de abrir espaço para novos talentos, ampliando o acesso do público a essa poderosa e completa forma de arte, a Companhia de Ópera do Rio Grande do Sul (CORS) chega a 2025 com uma grande missão. Em uma parceria com a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA) – fundação vinculada à Secretaria de Estado da Cultura (Sedac) –, a CORS apresentará Turandot, a última ópera do compositor italiano Giacomo Puccini, especialmente para a inauguração do novo teatro italiano do Multipalco Eva Sopher.
A ópera será apresentada no dia 28 de março para convidados, e também de 29 a 31 de março para o público geral, com ingressos disponíveis no site do Theatro São Pedro.
Com concepção e direção cênica de Flávio Leite, o espetáculo terá regência do maestro argentino Carlos Vieu. Com cenários grandiosos, figurinos e caracterizações impactantes em uma imensa operação de produção, Turandot também reunirá o maior número de profissionais no novo palco: orquestra de 60 músicos, a estreia do coro lírico de 45 vozes, onze solistas, regente, diretor cênico, assistentes, maestros preparadores, montadores de orquestra, atores, bailarinos, coreógrafos, cenógrafos, cenotécnicos, técnicos de palco, iluminadores, visagistas, camareiros, legendistas, figurinistas, costureiros, aderecistas, acervistas, equipe de comunicação, designers, produtores e outras dezenas de trabalhadores, totalizando quase 200 pessoas na equipe. A produção da ópera é uma realização da Secretaria de Estado da Cultura.
Para a secretária da Cultura do Rio Grande do Sul, Beatriz Araujo, “a escolha de apresentar a relevante ópera ‘Turandot’, com uma grande montagem, simboliza de forma muito pertinente essa nova era que se inicia com a inauguração do Teatro Simões Lopes Neto e com a entrega definitiva do Multipalco. A Sedac, por meio da OSPA e em parceria com a CORS, está dando a largada para um espaço cultural situado em um complexo cultural, que vai gerar diversos impactos positivos para a sociedade, e deixar um legado histórico inquestionável para a cultura do Estado e do país”.
“Com sua grandiosidade visual e sonora derivada da história situada originalmente na China Imperial, e que ao mesmo tempo assemelha-se a uma fábula fantástica, a megaprodução de ‘Turandot’ utilizará toda a nova estrutura do Multipalco e, principalmente, do novo teatro italiano com seu fosso de orquestra e estrutura acústica para grandes produções de ópera, musicais e ballet. Estaremos fazendo história. É uma grande honra!”, destaca Flávio Leite.
“A ópera sempre esteve presente nas temporadas artísticas da OSPA, por isso é uma alegria imensa ver essa forma de arte ganhar um novo espaço tão necessário em Porto Alegre. Esperamos que ‘Turandot’ seja a primeira de muitas produções neste novo teatro. Mal podemos esperar para emocionar o público com as melodias de Puccini, em especial a belíssima ária ‘Nessun dorma’”, diz Manfredo Schmiedt, diretor artístico da OSPA.

Ópera em três atos
Escrita por um compositor italiano, a trama de Turandot se passa na China, e narra a história da princesa chinesa que, em memória de uma das suas ancestrais, morta por um estrangeiro, impõe três enigmas a todos os pretendentes de fora que desejam se casar com ela. Incapazes de resolvê-los, eles são decapitados – até que um deles, Calaf, é bem-sucedido. Ele, então, inverte o jogo – se ela descobrir o nome dele, estará liberada do compromisso; e ele perderá a vida.
Traumatizados pela vida, Turandot e Calaf têm de enfrentar e vencer enigmas para viver o amor. Ela se entrega não ao dominador, mas ao amor. Ele revela o segredo do seu nome e coloca a sua vida nas mãos dela. Os temas centrais da ópera são o amadurecimento e o encontro da paz interior, que levam a um amor livre de barreiras.
Uma das óperas mais importantes de toda a história do gênero, Turandot foi a última ópera de Puccini, que faleceu antes de terminá-la – missão esta que coube ao seu aluno Franco Alfano. Além de árias aclamadas, como a mundialmente famosa Nessun dorma, cantada pelo tenor, são os grandes números corais e a importância da orquestra que impactam pela sonoridade pujante e pela presença de um grande número de artistas em cena.
A montagem baseia-se sobre três alicerces: o mundo fantástico da fábula oriental antiga, a relação dos traumas familiares generacionais, e a redenção e a vitória através da liberação dos caminhos do amor.
Discípulo de Guillermo Scarabino, o maestro argentino Carlos Vieu estreou como diretor de ópera em 1992, destacando-se por seu trabalho nas temporadas do Teatro Colón, do Teatro Argentino de La Plata e com a Buenos Aires Lírica. Liderou as principais orquestras da América do Sul e grupos internacionais de prestígio. Desde 2002 é regente convidado permanente da Orquestra Sinfônica Nacional Argentina, e, em 2008, foi nomeado Chefe da Orquestra Estável do Teatro Colón. Desde 2014 é regente convidado da Silicon Valley Symphony (EUA).
FICHA TÉCNICA
Direção musical e regência: Carlos Vieu
Concepção e direção cênica: Flávio Leite
Regência do Coro Lírico da CORS: Sérgio Sisto
Cenários: Yara Balboni
Figurinos: Daniel Lion
Iluminação e videografia: Ricardo Vivian
Coreografia: Carlota Albuquerque
Elenco:
Turandot: Eiko Senda e Marly Montoni, sopranos
Calaf: Enrique Bravo e Giovanni Marquezelli, tenores
Liù: Gabriella Pace e Rosimari Oliveira, sopranos
Timur: Daniel Germano, baixo
Ping: Homero Velho, barítono
Pang: Felipe Bertol, tenor
Pong: Matias Herrera, tenor
Imperador: Adolfo Amaral, tenor
Mandarim: Roberto Moreira, barítono
Foto principal: Vitória Proença (na foto, a soprano Eiko Senda).