Rafael Esparrell é o grande vencedor do 12º Prêmio Ernani de Almeida Machado, concedido anualmente pela Santa Marcelina Cultura e Machado Meyer Advogados. O clarinetista recebeu uma bolsa de R$ 100 mil para aperfeiçoar os estudos no exterior.
O anúncio foi feito neste domingo, dia 10 de dezembro, antes do concerto na Sala São Paulo que marcou o encerramento da temporada de 2023 da Orquestra Jovem do Estado – grupo ligado à EMESP Tom Jobim – instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela Santa Marcelina Cultura.
A iniciativa, voltada para aprimorar a formação dos bolsistas da Orquestra Jovem do Estado, é atualmente a maior premiação do país para estudantes de Orquestras Jovens, contemplando quatro bolsistas na categoria Instrumentos (com bonificação de R$ 22 mil para cada ganhador) e um jovem talento na categoria principal, com R$ 100 mil (quantia convertida numa bolsa de estudos em uma instituição de excelência no exterior). Além disso, há a categoria Maria Vischnia – exclusiva para as jovens instrumentistas da Orquestra Jovem do Estado -, focada na promoção da equidade de gênero e no desenvolvimento musical das alunas, cujo valor é de R$ 32 mil.
Desde 2012, foram premiados 64 bolsistas da Orquestra Jovem do Estado. São vários os exemplos de bolsistas que conseguiram ingressar nos melhores centros de formação musical do mundo.
Rafael Esparrell, de 20 anos, ganhou em 2021 e 2022 na categoria instrumentos. Nesta edição do Prêmio Ernani de Almeida Machado, o bolsista decidiu concorrer ao troféu principal, apresentando na audição Fantasia Da Concerto para temas da ópera Rigoletto, do compositor italiano Luigi Bassi.
“Foi uma alegria imensa. Estudei bastante neste ano, pois percebi que era meu foco, então tive que dar um gás a mais e escolher uma peça que seria boa”, disse Rafael Esparrell, que com o prêmio irá prestar provas em conservatórios e escolas de música da França, Suíça e Finlândia já no início de 2024. “Vou fazer essas seleções e, se tudo der certo, depois decidir em qual instituição entrar. A premiação é um incentivo por várias razões, você vê que seu trabalho está dando certo e isso também vai ajudar a ter uma experiência no exterior, pois é difícil se manter lá fora. E isso é importante não apenas pela vivência musical, mas também por poder estar em contato com outra cultura, crescendo como músico e como pessoa”, conta ele.
Já na categoria Maria Vischnia, a vencedora foi a percussionista Maria Fernanda Ribeiro, de 24 anos, que na audição do prêmio executou o último movimento do Concerto para Marimba, de Emmanuel Sejourné. Segundo a jovem, a premiação, além de representar um ano de muita dedicação, planejamento e foco nos estudos, também significa a necessidade de uma busca por igualdade de gênero no meio musical.
“Por tocar percussão, convivo em um naipe em que geralmente a maioria são homens, então enfrentei alguns desafios durante a minha vida para mostrar que eu também era merecedora de tocar todos os instrumentos que compõem a família da percussão”, afirma a bolsista da Orquestra Jovem do Estado, que pretende agora se inscrever em festivais e programas de mestrado no exterior, seguindo assim o aprimoramento musical.
“É uma grande honra receber o prêmio que homenageia uma mulher tão importante no cenário musical quanto a Maria Vischnia, que além de grande violinista, formou músicos que atuam até hoje no cenário musical brasileiro. Esse prêmio, com toda certeza, acrescentará muito na minha carreira e possibilitará a continuidade dos meus sonhos”.
Em 2023, na categoria instrumentos foram vitoriosos os bolsistas Brenda Carvalho (flauta transversal), Gabriel Rodrigues (violoncelo), Leonam Reis (clarinete) e Luciano Silva (tuba).
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Fotos: Robs Borges (na foto principal, Rafael Esparrell).