Municipal de São Paulo apresenta a ópera “Nabucco”

Com um enorme sucesso de público e crítica no Grand Théâtre de Genève, na Suíça, a produção de Nabucco, dirigida pela encenadora brasileira Christiane Jatahy, terá temporada no Brasil em apresentação no Theatro Municipal de São Paulo. A ópera em quatro atos de Giuseppe Verdi, escrita em 1842, conta a história do rei Nabucodonosor II, da Babilônia, em uma narrativa com pano de fundo nacionalista e celebrada pelo coro Va, pensiero, também conhecido como o Coro dos Escravos Hebreus, uma dos grandes composições da história da música. As récitas contam com Roberto Minczuk na direção musical, e com as participações do Coro Lírico Municipal e da Orquestra Sinfônica Municipal.

Em seu elenco de solistas, nos dias 27 e 29/09, e 02 e 05/10, a ópera contará com Alberto Gazale como Nabucco, Marsha Thompson como Abigaille, Savio Sperandio como Zaccaria, Enrique Bravo como Ismaele, e Luisa Francesconi como Fenena. Já nos dias 28/09, 01 e 04/10, Brian Major assume a parte de Nabucco, Marigona Qerkezi a de Abigaille, Matheus França será Zaccaria, Marcello Vannucci, Ismaele, e Juliana Taino será Fenena. Em todas as datas, Lorena Pires interpreta Anna, Rafael Thomas canta a parte do Gran Sacerdote, e Eduardo Góes será Abdallo. A ópera tem duração aproximada de 160 minutos (com intervalo) e ingressos que variam entre R$ 31 e R$ 200 (inteira).

Para Andrea Caruso Saturnino, superintendente geral do Complexo Theatro Municipal, o espetáculo é uma oportunidade para o público assistir a um clássico remontado pelas mãos de uma grande artista contemporânea brasileira. “Estamos muito felizes em trazer a Christiane Jatahy para dirigir uma ópera pela primeira vez no Theatro Municipal, de modo especial por ser ‘Nabucco’, um clássico do repertório que toca em temas importantes de serem tratados, como a imigração e a opressão”, pontua.

O enredo da ópera segue a situação dos judeus exilados de sua terra natal pelo rei babilônico Nabucodonosor II. Com libreto de Temistocle Solera e baseada em passagens bíblicas do antigo testamento, Nabucco é uma trama complexa sobre ocupações, guerras, violência política e poder. A obra foi criada durante a época da ocupação austríaca no norte da Itália, e acabou sendo utilizada como hino não oficial e símbolo cultural da luta de libertação nacional, que desembocou no processo de unificação italiana.

Nabucco foi um sucesso imediato quando teve sua estreia no Teatro alla Scala, em Milão, o que estabeleceu a grandiosidade de Verdi como compositor em um momento conturbado, tanto para o autor, quanto para seu país. Musicalmente, apresenta ritmos energéticos contrastados com momentos mais líricos, em um fervor musical comovente. Vários trechos da ópera ganharam bastante autonomia, sendo o principal deles Va, pensiero que posiciona o coro como elemento fundamental da dramaticidade da obra.

Do ponto de vista da direção cênica, em Nabucco, Jatahy revigora a metáfora bíblica de Verdi ao apresentar as palavras daqueles que, ainda hoje, enfrentam tiranos e extremistas pelo mundo todo. A autora é diretora de teatro e cineasta, formada em teatro, jornalismo e com pós-graduação em arte e filosofia, tendo sido premiada com o Leão de Ouro da Mostra de Teatro de Veneza em 2022. Seus trabalhos, desde 2003, dialogam com distintas áreas artísticas.

Sobre os temas abordados, Christiane Jatahy explica que não foi realizada qualquer alteração no texto, que por si só levanta questões inerentes à história e à liberdade humana em diversos períodos. “Não mudamos o libreto, mas foi central para mim retratar a questão nos dias de hoje. Por isso, a montagem traz elementos como os figurantes que representam, junto com o coro, o povo exilado que será formado por pessoas refugiadas. Pessoas que fugiram das guerras de hoje e estão ali junto com o coro e os solistas para contar essa história”, explica a diretora cênica.

Entre os destaques da montagem, a relação entre teatro e cinema, típica do trabalho da diretora, que será utilizada para contar a história sob outros pontos de vista. “A utilização das câmeras em cena, e também da projeção, tem, para mim, uma função dramatúrgica. Elas não são só imagens para mostrar de perto o que está acontecendo, elas vão possibilitando outros pontos de vistas sobre o que não está tão visível”, finaliza.


NABUCCO
Ópera em quatro atos de Giuseppe Verdi, com libreto de Temistocle Solera [autor do interlúdio final: Antonino Fogliani]

Montagem original do Grand Théâtre de Genève

Direção musical: Roberto Minczuk
Direção cênica: Christiane Jatahy
Regência do Coro: Érica Hindrikson
Compositor do interlúdio final: Antonino Fogliani
Cenografia: Thomas Walgrave, Marcelo Lipiani e Christiane Jatahy
Figurinos: An D’Huys
Iluminação: Thomas Walgrave
Vídeo: Batman Zavareze

Elenco:

Dias 27 e 29/09 e 02 e 05/10

Nabucco: Alberto Gazale, barítono
Abigaille: Marsha Thompson, soprano
Zaccaria: Savio Sperandio, baixo
Ismaele: Enrique Bravo, tenor
Fenena: Luisa Francesconi, mezzosoprano

Dias 28/09 e 1º e 04/10

Nabucco: Brian Major, barítono
Abigaille: Marigona Qerkezi, soprano
Zaccaria: Matheus França, baixo
Ismaele: Marcello Vannucci, tenor
Fenena: Juliana Taino, mezzosoprano

Todas as datas

Anna: Lorena Pires, soprano
Grão Sacerdote: Rafael Thomas, baixo
Abdallo: Eduardo Góes, tenor

Orquestra Sinfônica Municipal
Coro Lírico Municipal


Récitas: 27/09; 01, 02 e 04/10, às 20h | 28 e 29/09; 05/10, às 17h
Onde: Theatro Municipal de São Paulo
Duração aproximada: 160 minutos (com intervalo)
Classificação indicativa: livre para todos os públicos
Ingressos: de R$ 31 a R$ 200 (inteira)


Fotos: Carole Parodi/Divulgação.

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