Orquestra Sinfônica Jovem do RJ na Cidade das Artes

A Orquestra Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro (OSJRJ), conjunto residente da PUC-Rio, dá continuidade à sua Temporada 2023 com o terceiro concerto do ano no próximo dia 08 de julho, sábado, às 18h, no Teatro de Câmara da Cidade das Artes Bibi Ferreira. Sob a regência de Laércio Diniz, a Orquestra vai apresentar obras de Mozart, Dvorák e Samuel Barber, e contará com o clarinetista Cristiano Alves como solista da noite. Os ingressos a preços populares custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada).

Formada por 55 jovens, em sua maioria moradores de comunidades do Rio de Janeiro, a OSJRJ também é oriunda do projeto Ação Social pela Música do Brasil (ASMB), que atua com ensino de música clássica a jovens e crianças que vivem em áreas de vulnerabilidade em todo o estado. A apresentação contará com uma formação de 35 instrumentistas, adequada ao teatro.

“Será um prazer para nós, e uma verdadeira oportunidade para os jovens que compõem a Orquestra, tocar ao lado de dois grandes músicos: o maestro Laércio Diniz e o clarinetista Cristiano Alves”, afirma Fiorella Solares, diretora da Ação Social pela Música do Brasil, que completa: “O concerto terá obras clássicas do repertório tradicional, certamente o público da Barra da Tijuca irá se emocionar”.

Laércio Diniz é um dos regentes brasileiros com mais gravações internacionais, atuando, por exemplo, com a Bachiana Chamber Orchestra, no Carnegie Hall, em Nova York; e regendo também o pianista David Brubeck, no Lincoln Center. Já Cristiano Alves é um dos principais instrumentistas de clarineta do Brasil, tendo participado de centenas de gravações sinfônicas e camerísticas, atuando ao lado de grandes artistas da MPB e apresentando-se com frequência no exterior.

O Repertório

O concerto começará com Adagio para Cordas, Op. 11, ou Adagio for Strings, tema mais famoso e mais executado do compositor norte-americano Samuel Barber (1910-1981). A obra foi por diversas vezes tema de filmes, como Platoon (1986) e O Homem Elefante (1980), e foi composta em 1936, quando Barber fazia uma viagem pela Europa. Seu único tema, suplicante, é executado até atingir o mais sublime clímax.

Em seguida, é a vez do Concerto para Clarineta em Lá Maior, K.622, de Mozart (1756-1791). Composta em 1971, em Viena, a obra é o último trabalho puramente instrumental do compositor, que morreu pouco depois da sua conclusão. O concerto é notável pela sua interação sensível e delicada entre solista e orquestra.

Por fim, a apresentação terminará com a Serenata Nº 1 para Cordas em Mi Maior, de Antonín Dvorák (1841-1904), que escreveu a obra em 1874, quando ainda era desconhecido, para um concurso no Instituto Austríaco. A peça é dividida em cinco movimentos, que se alternam entre melodias intensas, crescentes e decrescentes, sendo que o primeiro movimento, Moderato, dá o tom da obra inteira.

OSJRJ

A Orquestra Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro (OSJRJ), fruto do programa Ação Social pela Música do Brasil (ASMB), da qual é indissociável, é composta por 55 jovens de grande talento e dedicação com idades entre 15 e 28 anos e, em sua grande maioria, residentes em comunidades socioeconomicamente desfavorecidas do Rio de Janeiro. A OSJRJ foi criada inicialmente, na década de 80, pelo maestro David Machado, projeto este que foi muito bem-sucedido até o encerramento das suas atividades em 1987. Em 2014, após assistir a um concerto realizado por vários alunos do Ação Social Pela Música, o presidente do Conselho Consultivo da ONG, o advogado e melómano Ronald Riess, idealizou a retomada do projeto Orquestra Sinfônica Jovem. A OSJRJ, que também possui alguns músicos convidados, tem realizado apresentações no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, na Cidade das Artes, na Sala Cecília Meireles, no Centro Cultural do Banco do Brasil, em escolas e universidades, executando amplo repertório. Alguns desses jovens talentosos, inclusive, já se apresentaram em concertos na Alemanha, Holanda, Suíça e nos Estados Unidos.

Ação Social pela Música do Brasil (ASMB)

Fundada há 25 anos, a Ação Social pela Música do Brasil (ASMB) é uma organização não-governamental, sem fins lucrativos, cuja missão é a educação social e cultural por meio do ensino da música clássica, a fim de promover a inclusão social de crianças, adolescentes e jovens de comunidades em situação de vulnerabilidade social. Em seu histórico, mais de 14 mil alunos já passaram pela instituição, colhendo resultados positivos, principalmente no que se refere à prevenção e ao combate às drogas e à violência intrafamiliar. Atualmente, o projeto atende no total 4.406 alunos em 13 núcleos de aprendizado musical e em 18 polos de musicalização. Dos 13 núcleos, sete encontram-se na cidade do Rio de Janeiro: Rio das Pedras, Complexo do Alemão, Vila Isabel, Cidade de Deus, Manguinhos, Morro dos Macacos, e agora São Gonçalo, englobando um total de 20 comunidades atendidas. Além disso, há um núcleo em Petrópolis, quatro núcleos em João Pessoa (Paraíba) e um núcleo em Ji-Paraná (Rondônia).

Laércio Diniz

“Conducted by Laércio Diniz, we`re at their best here” (The New York Times 26/05/2008). É assim que o carioca Laércio Diniz começava a sua carreira internacional, regendo a Bachiana Chamber Orchestra, no Carnegie Hall, em Nova York, reafirmando um ano depois, regendo o pianista David Brubeck no Lincoln Center. Bolsista do DAAD (Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico), Diniz estudou violino na Escola Superior de Música de Colônia (Alemanha) sob a orientação de Ingeborg Scheerer, Saschko Gawriloff e Susanne Rabenschlag, e música de câmara com o quarteto  Amadeus. No Brasil teve como mestres de regência Roberto Tibiriçá e Isaac Karabtchevsky. Maestro e diretor artístico da Orquestra Filarmônica do Brasil, “FIBRA”, e da orquestra de época “Engenho Barroco”, Diniz assumiu a regência da orquestra holandesa New Netherlands Orchestra em 2011 (formada por músicos da Orquestra Filarmônica da Rádio Holandesa) com a qual gravou o seu primeiro DVD pelo selo Aureus Records. De 2011 a 2015 realizou, através do projeto Maestro CAPEMISA, dezenas de concertos anuais com diversas orquestras brasileiras e estrangeiras. Em 2012 gravou na Lituânia com a Lithuanian National Symphony Orchestra (LNSO) o CD Saudades do Brasil, com obras, entre outros, de Villa Lobos e Darius Milhaud. Em 2013 assumiu a regência e direção artística da Orquestra Sinfônica Municipal de João Pessoa e a direção artística do Festival Internacional de Música Clássica de João Pessoa. Em 2014 gravou com a orquestra Alemã Nordwestdeutche Philharmonie e com a pianista Anna Federova o Concerto nº 2 de Rachmaninoff pelo selo europeu Piano Classics. Em agosto de 2015 gravou com a orquestra Alemã Das Freie Orchestra Berlin o CD Suspended, com música do israelense Nimrod Borenstein, iniciando uma série de gravações com esta orquestra e com o selo alemão Solaire, tornando-se atualmente um dos maestros brasileiros com mais gravações internacionais.

Cristiano Alves

Doutor em Música pela UNICAMP e Mestre pela UFRJ, Cristiano Alves iniciou seus estudos musicais aos sete anos de idade, e aos dez teve os primeiros contatos com a clarineta. Natural de Niterói, foi aluno de José Carlos de Castro e recebeu orientações de inúmeros e renomados professores internacionais. Detentor de diversas premiações em importantes concursos, graduou-se com summa cum laude pela UFRJ. Participou de centenas de gravações sinfônicas e camerísticas, atuando ainda junto a grandes artistas da MPB. Apresentando-se com frequência no exterior, é regularmente convidado a realizar recitais, concertos e masterclasses em países como EUA, Canadá, Inglaterra, França, Alemanha, Suíça, Portugal, Espanha, Eslovênia, Sérvia, Bélgica, China, Cingapura, Vietnã, Argentina, Venezuela, Uruguai, Peru, Colômbia e Guatemala. Em 2005, lançou seu primeiro CD solo, considerado um dos três melhores lançamentos de música erudita no Brasil. Lançou ainda os álbuns A música de Osvaldo Lacerda para clarineta, T’Ro, Tutti Solo, Clarineta Concertante e Homenagens. É professor efetivo da cadeira de clarinetas na Universidade Federal do Rio de Janeiro, tendo seus alunos vencido inúmeros e importantes concursos, ocupando também destacados postos em orquestras e universidades brasileiras. O referido curso foi contemplado um dos três melhores cursos universitários, entre todas as áreas e instituições do país anos atrás. Com destacada carreira como solista, apresenta-se regularmente à frente de orquestras nacionais e internacionais, sendo responsável pelas primeiras audições, no Rio de Janeiro, dos concertos de Carl Nielsen, Jean Françaix e John Corigliano, além de diversas estreias mundiais. No Brasil, leciona frequentemente em diversos Festivais de Música, além de ministrar, regularmente, workshops em diversas cidades nas Américas, Europa e Ásia. Há décadas colabora com os naipes de prestigiosas orquestras brasileiras, como Petrobras Sinfônica, Orquestra Sinfônica Brasileira, Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo e Orquestra do Mercosul. Vem dedicando relevantes esforços em prol da música brasileira e da clarineta, produzindo e lançando métodos, artigos e livros. É diretor artístico do selo e estúdio A Casa. Desenvolve importante carreira camerística, e dezenas de títulos lhes foram dedicados por grandes compositores da música brasileira.

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Programa

Samuel Barber (1910-1981)
Adagio para Cordas, Op. 11

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791)
Concerto para Clarineta em Lá Maior, K.622

Antonín Dvorák (1841-1904)
Serenata Nº 1 para Cordas em Mi Maior, Op. 22

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SERVIÇO

Orquestra Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro na Cidade das Artes

Laércio Diniz, regente
Cristiano Alves, clarineta

Quando: 08 de julho, sábado, às 18h
Onde: Cidade das Artes – Teatro de Câmara (Av. das Américas, 5300 – Barra da Tijuca)
Duração: 90 minutos
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada) – vendas antecipadas por meio do seguinte link: http://cidadedasartes.rio.rj.gov.br/programacao
Capacidade: 435 lugares
Classificação:
 Livre

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Foto: Daniel Ebendinger.