OSPA celebra os 100 anos de “Rhapsody in Blue”

Uma das obras mais famosas do século 20, Rhapsody in Blue foi um sucesso desde a estreia, em 1924. Os acordes concebidos por George Gershwin (1898-1937) chegaram aos ouvidos do grande público de várias formas, desde a abertura do filme Manhattan, de Woody Allen, até um comercial da United Airlines amplamente veiculado nos anos 1980. Em 2024, a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, fundação vinculada à Secretaria de Estado da Cultura (Sedac-RS), celebra o centenário da obra com o concerto Rhapsody in Blue 100 anos, nesta sexta-feira, dia 19 de abril. Reconhecida pianista russa radicada no Brasil, Anastasiya Evsina é a solista convidada para executar a peça. A OSPA também recebe a regente Catherine Larsen-Maguire, que, assim como Evsina, foi ovacionada quando se apresentou com o conjunto no ano passado. O concerto se inicia às 20h, na Sala Sinfônica da Casa da OSPA, com transmissão ao vivo pelo canal da OSPA no YouTube. Os ingressos podem ser adquiridos pela Sympla, por valores entre R$ 10 e R$ 50.

Segundo a regente Catherine Larsen-Maguire, Rhapsody in Blue continua inovadora cem anos depois. As suas características de “alegria, energia e ritmo” são fios condutores de todo o concerto da OSPA, que une no repertório três geniais compositores norte-americanos do século XX. De Leonard Bernstein (1918-1990) – regente e compositor cuja vida foi recentemente retratada no filme Maestro –, a OSPA interpreta a abertura da opereta Candide, inspirada no conto Cândido, ou o Otimismo, de Voltaire. Refletindo o bom-humor do personagem-título, a música é uma exuberante peça que “combina melodias líricas com a ousadia típica de Nova York”, segundo Larsen-Maguire.

Em seguida, a pianista Anastasiya Evsina sobe ao palco da OSPA para interpretar Rhapsody in Blue. A obra-prima de George Gershwin construiu uma ponte entre as salas de concerto e os bares de jazz. Anastasiya, entretanto, pontua que a obra às vezes recebe críticas nos dois contextos: “Músicos de jazz frequentemente argumentam que ela não representa o verdadeiro jazz, devido à sua natureza escrita. Por outro lado, músicos clássicos reconhecem seu estilo como jazz, embora muitos críticos sustentem que eles falham em executá-la adequadamente”. Na visão da pianista, Gershwin criou uma obra que funde a expressividade do jazz com a estrutura da música clássica. “Para interpretá-la, é essencial ter sensibilidade ao jazz”, afirma Anastasiya.

Após o intervalo, a OSPA executa a majestosa Sinfonia n° 3 de Aaron Copland (1900-1990), considerado um líder entre os compositores americanos. Segundo Leonard Bernstein, que regeu uma versão famosa da obra com a Filarmônica de Nova York, a sinfonia é “um monumento americano”. O quarto movimento contém a famosa Fanfare for the Common Man, cuja melodia traduziu o espírito patriótico dos Estados Unidos no pós-guerra, em 1946. Instantaneamente reconhecível, a composição heroica embala eventos esportivos, filmes hollywoodianos, cerimônias oficiais e até a tradicional festa de ano-novo na Times Square, em Nova York.

O público poderá conhecer a fundo o repertório antes do concerto. O violoncelista da OSPA Murilo Alves falará sobre as especificidades das obras e dos seus compositores na palestra do projeto Notas de Concerto, na sexta-feira, às 19h, na Sala de Recitais.

Anastasiya Evsina

Anastasiya Evsina em concerto com a OSPA

Reconhecida pianista russa radicada no Brasil, Anastasiya Evsina tem se apresentado globalmente. Possui mestrados em piano solo pelo Conservatório Tchaikovsky, de Moscou, e em música de câmara pela Academia Gnessin. Já se apresentou em locais prestigiados, como Tokyo Opera City Recital Hall, Minato Mirai Recital Hall (Japão), Palácio Nacional da Cultura, em Sofia (Bulgária), Paderewsky Hall, em Lausanne (Suíça), entre outros. Nos últimos anos, Evsina fez uma série de recitais sob o tema “Grandes Compositores-Pianistas”. Em 2023, a pianista foi convidada para ser solista com a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA) e a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro (OSTNCS). A TV Senado produziu um documentário no mesmo ano, destacando a sua notável carreira.

Catherine Larsen-Maguire

Nascida em Manchester e radicada em Berlim, Catherine Larsen-Maguire realizou os seus estudos musicais na Universidade de Cambridge (Inglaterra), na Royal Academy of Music (Londres) e na Karajan Academy (Berlim). Após uma carreira de sucesso como fagotista, que incluiu 10 anos como fagote principal no Komische Oper Berlin, Catherine voltou o seu foco exclusivamente para a regência em 2012. Desde então, tornou-se uma regente muito procurada na Europa e nas Américas Central e do Sul. Destaques recentes e futuros incluem concertos com a London Philharmonic Orchestra, London Symphony Orchestra, BBC National Orchestra of Wales, Scottish Chamber Orchestra, Deutsches Sinfonieorchester Berlin, Berlin Radio Symphony Orchestra, Orquesta Sinfónica de Galicia, Orchestre du Capitole de Toulouse, Orchestre de Chambre de Paris, Jerusalem Symphony Orchestra, Hong Kong Sinfonietta e Orquesta Filarmónica de la UNAM, entre outras. Atualmente, é diretora musical das Orquestras Juvenis Nacionais da Escócia (National Youth Orchestras of Scotland). Além de compositores canônicos, Catherine tem um interesse especial em música contemporânea, tendo regido estreias mundiais e nacionais de mais de uma centena de trabalhos.


Orquestra Sinfônica de Porto Alegre

Catherine Larsen-Maguire, regência
Anastasiya Evsina, piano

Leonard Bernstein
Candide – Abertura

George Gershwin
Rhapsody in Blue

INTERVALO

Aaron Copland
Sinfonia nº 3


Quando: 19 de abril, sexta-feira, às 20h
Palestra Notas de Concertoàs 19h, com Murilo Alves
Onde: Casa da OSPA (CAFF – Av. Borges de Medeiros, 1.501, Porto Alegre, RS)
Ingressos: de R$ 10 a R$ 50
Descontos: ingresso solidário (com doação de 1kg de alimento), clientes Banrisul, Amigo OSPA, associados AAMACRS, sócio do Clube do Assinante RBS, idoso, doador de sangue, pessoa com deficiência e acompanhante, estudante, jovem até 15 anos e ID Jovem.
Bilheteria: via Sympla em sympla.com.br/casadaospa ou na Casa da OSPA – no dia do concerto, das 15h às 20h
Estacionamento: gratuito, no local
Classificação indicativa: não recomendado para menores de 6 anos
Transmissão ao vivo: canal da OSPA no YouTube


Fotos: Vitória Proença (na foto principal, Catherine Larsen-Maguire rege a OSPA).