No dia 18 de dezembro, segunda-feira, às 20h, o palco do Theatro Municipal de São Paulo será sede do recital de premiação do 2º Concurso de Canto Lírico Joaquina Lapinha, iniciativa do Conservatório Dramático Musical de Tatuí, gerido pela Sustenidos Organização Social de Cultura, por intermédio de Contrato de Gestão com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, que busca dar visibilidade para solistas pretos, pardos e indígenas, e contribuir para que a cena lírica brasileira se torne mais diversa.
O nome do concurso homenageia a primeira atriz e cantora lírica brasileira e negra a ganhar destaque internacional, Joaquina Maria da Conceição Lapa – a Joaquina Lapinha – considerada uma referência feminina na cena lírica e uma das primeiras mulheres a receber autorização para participar de espetáculos públicos em Portugal. Os nomes dos prêmios concedidos aos vencedores do concurso reafirmam o brilho e a persistência de alguns dos artistas que ultrapassaram barreiras de preconceito e elitismo da formação: Maria d´Apparecida, Zaíra de Oliveira, João dos Reis e Estevão Maya-Maya.
Os vencedores da final, realizada no dia 18 de novembro no Teatro Procópio Ferreira do Conservatório Dramático e Musical de Tatuí, apresentarão um repertório de árias que inclui Mozart, Donizetti, Bizet e Puccini. Os solistas Jayana Paiva (soprano), Lorena Pires (soprano), Andrey Mira (baixo), Carlos Eduardo Santos (tenor), Lucas Melo (tenor) e Samuel Martins (tenor) se apresentarão junto à Orquestra Experimental de Repertório, sob a regência de Priscila Bomfim, primeira mulher e diretora musical a reger óperas na temporada oficial do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. No concerto desta segunda-feira, a regente faz a sua estreia no TMSP.
Além de uma premiação em dinheiro, os primeiros colocados irão compor o elenco de solistas da Temporada Lírica 2024 do Theatro Municipal de São Paulo, e os segundos colocados e os ganhadores da categoria Jovem Solista se apresentarão na Temporada 2024 do Teatro Procópio Ferreira, em Tatuí.
O júri da premiação foi formado por cantores(as), diretores(as) artísticos(as) e professores(as) já renomados no meio musical, incluindo a mezzosoprano soprano Mere Oliveira, a soprano Edna d’Oliveira, o barítono Michel de Souza, o pianista Marcos Aragoni e a diretora cênica Julianna Santos. O 2º Concurso de Canto Lírico Joaquina Lapinha do Conservatório de Tatuí, lançado no dia 28 de setembro de 2023, recebeu inscrições de cantores(as) líricos(as) de diversas regiões do Brasil. Além das premiações em dinheiro, o evento ainda prevê a grande oportunidade para todos(as) os(as) inscritos(as) acessarem gratuitamente formação online sobre orientação de carreira, prevista para o primeiro quadrimestre de 2024. Trata-se da maior premiação deste segmento no Brasil.
Pioneirismo negro na música clássica brasileira
Reconhecida no cenário artístico luso-brasileiro como cantora, em meados do século XIX, Joaquina Lapinha iniciou a carreira no Rio de Janeiro. Natural de Minas Gerais, a artista se apresentou em várias cidades portuguesas no período de 1791 a 1805 e, apesar da carreira internacional, alguns autores apontam que, por ter a pele negra, a atriz precisou recorrer a cosméticos para clarear a pele nas apresentações na Europa.
A cantora foi tema do livro Negras líricas: duas intérpretes brasileiras na música de concerto (Sete lagoas, 2008), do pesquisador e músico Sérgio Bittencourt-Sampaio, e foi citada em O Rio de Janeiro no tempo dos vice-reis (1956), do cronista Luís Edmundo, como aquela que ficava “pisando como ninguém em tablas (palco)”, além de ter sido enredo da escola de samba Inocentes de Belford Roxo, no Carnaval de 2014.
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PROGRAMA
Recital de Premiação do 2º Concurso Joaquina Lapinha
Orquestra Experimental de Repertório
Priscila Bomfim, regência
Lorena Pires, soprano
Jayana Paiva, soprano
Carlos Eduardo Santos, tenor
Samuel Martins, tenor
Lucas Melo, tenor
Andrey Mira, baixo
Giuseppe Verdi
Abertura, da ópera Luisa Miller
Come dal ciel precipita, da ópera Macbeth (Andrey Mira)
Antônio Carlos Gomes
Alba dorata… O ciel di Parahyba, da ópera Lo Schiavo (Lorena Pires)
Wolfgang Amadeus Mozart
Il mio tesoro, da ópera Don Giovanni (Carlos Eduardo Santos)
Dalla sua pace, da ópera Don Giovanni (Samuel Martins)
Gioachino Rossini
La calunnia, da ópera Il Barbiere di Siviglia (Andrey Mira)
Gaetano Donizetti
Una furtiva lagrima, da ópera L’Elisir d’Amore (Carlos Eduardo Santos)
Francesco Cilea
Io sono l’umile ancella, da ópera Adriana Lecouvreur (Jayana Paiva)
Georges Bizet
Abertura da ópera Carmen
Charles Gounod
Salut, demeure chaste et pure, da ópera Faust (Lucas Melo)
Jules Massenet
Pourquoi me réveiller, da ópera Werther (Lucas Melo)
Giacomo Puccini
Un bel dì vedremo, da ópera Madama Butterfly (Jayana Paiva)
Piotr Ilyich Tchaikovsky
Kuda, Kuda vï udalilis, da ópera Ievguêni Oniéguin (Samuel Martins)
Ária da Carta, da ópera Ievguêni Oniéguin (Lorena Pires)
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SERVIÇO
Quando: 18 de dezembro, segunda feira, às 20h
Onde: Theatro Municipal de São Paulo (Sala de Espetáculos)
Ingressos: reserva antecipada no site, com limite de dois ingressos por pessoa / Também haverá distribuição de parte dos ingressos no local, a partir das 18h, no dia do evento
Duração aproximada: 72 minutos
Classificação: livre
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Fotos: divulgação.
