OSPA e seu Coro Sinfônico abrem a “Série Igrejas”

Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, fundação vinculada à Secretaria de Estado da Cultura (Sedac-RS), retoma no domingo, dia 28 de abril, a sua tradicional Série Igrejas. A iniciativa, que leva a música de concerto a diferentes templos religiosos da cidade, estava interrompida desde 2020. Para marcar a ocasião especial, a Orquestra terá a companhia do Coro Sinfônico da OSPA, que realiza a sua primeira apresentação em 2024, e dois cantores convidados, Santiago Vidal e Alfonso Mujica. O maestro Manfredo Schmiedt comanda a apresentação, que leva o nome Puccini 100, em homenagem ao grande compositor italiano Giacomo Puccini, cuja morte completa 100 anos em 2024. O concerto ocorre no Santuário Santo Antônio do Pão dos Pobres, às 18h. A entrada é franca e por ordem de chegada.

A apresentação começa com uma interpretação de Abertura Leonora nº 3, de Ludwig van Beethoven (1770-1827). Sem a presença do Coro Sinfônico, a Orquestra executa essa peça que foi escrita como uma abertura para a única ópera de Beethoven, Fidélio. Para Manfredo Schmiedt, trata-se de “uma das aberturas mais incríveis que Beethoven compôs”. “O objetivo de Beethoven era transmitir as suas crenças em forma de música: a vitória da justiça sobre a tirania e do amor sobre a falta de humanidade”, salienta o regente.

Em seguida, o Coro Sinfônico da OSPA se junta à Orquestra para a grande atração do concerto: a Missa de Glória, SC 6, de Giacomo Puccini (1858-1924). Segundo Manfredo Schmiedt, esta será a primeira apresentação da obra em Porto Alegre. Atualmente com cerca de 80 integrantes, o Coro Sinfônico da OSPA vem ensaiando a Missa de Glória, SC 6 desde o início do ano. Além da Orquestra e do Coro, a missa ainda envolve a participação de dois cantores solistas especialmente convidados para o concerto: o barítono uruguaio Alfonso Mujica e o  tenor argentino Santiago Vidal.

Estreada em 1880, quando Puccini tinha apenas 18 anos, Missa de Glória, SC 6 demonstra a genialidade precoce do compositor, que mais tarde se tornaria famoso por óperas como La Bohème, Tosca e Madama Butterfly. Apesar da estreia ter sido um grande sucesso, Puccini arquivou o trabalho e não o apresentou novamente em vida, distanciando-se da música sacra. Resgatada em 1951 pelo padre Dante del Fiorentino, a Missa se tornou parte do repertório coral em todo o mundo. “Seu estilo é direto e descaradamente operístico, e é claramente influenciado pelo herói de Puccini, Verdi. É uma obra notável para um jovem de 18 anos, cheia de cor, vitalidade e surpresas musicais, como as muitas mudanças repentinas de tom”, comenta Manfredo Schmiedt.

Manfredo Schmiedt

Com vasta experiência coral e orquestral por todo o mundo, Manfredo Schmiedt é o regente do Coro Sinfônico da OSPA desde 1992. Possui mestrado em Regência pela Universidade da Geórgia (EUA) e graduação na mesma área pela UFRGS. Seu currículo acadêmico inclui duas importantes condecorações: Pi Kappa Lambda Music Honor Society e Director’s Excellence Award. Apresentou-se, como convidado, em destacadas orquestras do mundo, como a Filarmônica de Mendoza (Argentina), a Orquestra Sinfônica da University of British Columbia (Canadá), a Filarmônica de Belgrado (Sérvia), a Sinfônica do Noroeste da Flórida (EUA) e a Petrobras Sinfônica (Brasil). Entre 2002 e 2020, foi regente e diretor artístico da Orquestra Sinfônica da Universidade de Caxias do Sul (UCS).

Alfonso Mujica

O barítono uruguaio Alfonso Mujica é cultivador da ópera, da zarzuela, do oratório e do lied. É convidado habitual nas temporadas de Montevidéu (Sodre e Teatro Solis) e Buenos Aires (Teatro Colón). No Brasil, já cantou em Manaus, Vitória, Belo Horizonte, Goiânia, Campinas e Porto Alegre. Na Itália, interpretou o Conde de Almaviva em Le Nozze di Figaro, de Mozart (2018); na Espanha cantou Turandot (2019), Carmen (2021) e Pulcinella (2023); na Geórgia cantou La Bohème (2023). A Missa de Glória, de Puccini, é a sua quarta vez como convidado da OSPA. Antes, cantou L’Enfant Prodigue, de Debussy, sob regência do maestro Evelino Pidò, Lieder eines fahrenden gesellen, de Mahler, com Karl Martin, e o Réquiem Alemão, de Brahms, com Manfredo Schmiedt.

Santiago Vidal

O jovem tenor Santiago Vidal é uma das vozes mais interessantes da atualidade no cone sul da América Latina. A sua estreia no Teatro Colón cantando Ismaele na produção de Nabucco, com direção musical de Carlos Vieu e direção cênica de Stefano Poda, marcou uma decolagem que o levou a cantar na Espanha La Dama del Alba na Ópera de Oviedo, e La Dolorosa no Teatro de la Zarzuela de Madrid. Em junho de 2024, regressa a Sevilha para cantar novamente Ismaele em Nabucco (Junho, 2024). Em 2023, cantou Pinkerton, de Madama Butterfly, no Teatro Solis de Montevidéu, Réquiem de Verdi no Sodre de Montevidéu, e Hervey de Anna Bolenna no Teatro Colón de Buenos Aires. Na capital uruguaia, também cantou uma Gala Lírica (com Eiko Senda), La del Manojo de Rosas, San Francisco de Asis e La Revoltosa.


Orquestra Sinfônica de Porto Alegre

Série Igrejas – Puccini 100

Manfredo Schmiedt, regente
Santiago Vidal, tenor
Alfonso Mujica, barítono
Coro Sinfônico da OSPA

Ludwig van Beethoven
Abertura Leonora nº 3, Op. 72B

Giacomo Puccini
Missa de Glória, SC 6


Quando: 28 de abril, domingo, às 18h
Onde: Santuário Santo Antônio do Pão dos Pobres (Rua da República, 838, Porto Alegre, RS)
Ingressos: entrada franca
Classificação indicativa: não recomendado para menores de 6 anos
Este evento disponibiliza medidas de acessibilidade. 


Foto: Vinícius Angeli (Coro Sinfônico da OSPA).

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